Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Carlos Eduardo da Silva |
Orientador(a): |
Rossini, Miriam de Souza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/264029
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Resumo: |
Martírio é um documentário longa-metragem sobre a luta dos Guarani e Kaiowá pela retomada dos seus territórios sagrados, contra o poderio econômico e político do agronegócio. O documentário militante, no qual aqui se inclui Martírio, opera a serviço de alguma causa exterior ao cinema, traçando uma linha-de-fuga em relação às expectativas do cinemaespetáculo. A tese busca responder o seguinte problema: o que Martírio (2016, Vincent Carelli, Ernesto de Carvalho, Tatiana Almeida), em sua potência de intervenção no conflito que tematiza, endereça à relação entre documentário e militância no Brasil? A tese faz uma fortuna crítica das discussões acerca da relação cinema e militância (Brasil, 2016a; Brenez, 2017; Cesar, 2015; 2017a; 2017b; Comolli, 2015; Daney, 2007; Getino; Solanas, 1969; Leandro, 2010) com foco para o documentário brasileiro desde a década de 1960 (Ramos, 2008; Xavier, 2001; Muniz, 1967; Ridenti, 2005; Bernardet, 1985; 1994; Cardenuto, 2007; Fontinele, 2017; Oliveira, 2019; Correa, 2015) até o contexto recente e em Martírio em particular. Os procedimentos metodológicos se ancoram principalmente na pesquisa bibliográfica e documental e na análise fílmica. São abordados principalmente: a construção do conflito no filme, sua locução, sua a montagem, seu estilo, e os circuitos acionados na ocasião de sua circulação. Analisa-se a realização da militância em Martírio através de uma série de procedimentos, dentre eles: a postura dos cineastas em campo e a voz e a escuta do filme; a construção de contranarrativas às narrativas oficiais, dos fazendeiros ou do senso comum; a apresentação pedagógica da luta e da história; a constituição de arquivo das lutas e violências; a comunicação entre os mundos indígenas e não indígena; a construção em um processo de engajamento e a decorrente abertura a outros agenciamentos a partir do filme. Uma das conclusões aventadas pelo trabalho é o deslocamento da categoria de documentário militante, historicamente lastreada na luta trabalhista, já tida também como morta, mas que se expande no contemporâneo para uma maior multiplicidade de conflitos e posicionamentos, dentre os quais, em Martírio, para – e com – a luta pela t(T)erra, pelos povos indígenas e agentes não humanos. |