Do multiculturalismo à educação intercultural : estudo dos processos identitários de jovens da escola pública na região metropolitana de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Silva, Gilberto Ferreira da
Orientador(a): Fischer, Nilton Bueno
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/253313
Resumo: Esta tese tem como objeto de estudo as entre-relações entre educação, multiculturalismo e interculturalidade, a partir do desenvolvimento de uma investigação empírica, de caráter metodológico quantitativo e qualitativo, sobre a presença e dinamização de processos identitários e de práticas culturais entre alunos e professores no contexto do ensino médio de seis escolas públicas estaduais da Região Metropolitana de Porto Alegre. Na análise, são contemplados aspectos como identidades nacionais e regionais (locais), diferença e diversidade, e racismo e discriminação. O referencial teórico tem como ponto de partida o resgate da trajetória da constituição dos Estados Nacionais como processo histórico, localizando a exclusão das diferentes manifestações culturais, passando pela configuração da sociedade tecnológica e pelo redimensionamento da sociedade multicultural. Como convergência dessa discussão, aponta-se para a perspectiva de uma passagem da noção do multiculturalismo para a de interculturalidade, como um conceito potencializador da compreensão dos processos híbridos de constituição de identidades e de expressões culturais, revigorados, principalmente, a partir da intensificação dos contatos entre culturas possibilitados pelas inovações tecnológicas no campo da comunicação e da informação, nas últimas décadas. Na perspectiva desse quadro teórico, os resultados da pesquisa apontam para uma releitura das práticas culturais cotidianas vivenciadas em bairros populares de centros urbanos, pela ótica dos processos híbridos, na constituição de identidades. No campo pedagógico, observam-se as ausências das entre-relações entre as expressões culturais vividas pelos estudantes e as práticas educacionais, as formas de racismo e discriminação como atitudes "invisíveis", e os processos híbridos de cruzamentos culturais como realidades. A perspectiva da interculturalidade é apontada como um suporte teórico/prático viável para se conceber a educação que reconhece e potencializa a diversidade cultural nessas entre-relações.