Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Zimmermann, Rodrigo Milindre Gonzalez |
Orientador(a): |
Duarte, Érico Esteves |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/271073
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Resumo: |
A Guerra das Malvinas/Falklands, entre a República Argentina e o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte não representou somente a busca pela retomada do controle das Ilhas Malvinas, Sandwich do Sul e Geórgia do Sul, mas também, um dos principais conflitos bélicos do Século XX no Atlântico Sul no período da Guerra Fria. Soma-se que o conflito, num primeiro momento, buscava ser a maneira mais efetiva para a recuperação do domínio soberano sobre o arquipélago, após um século de ocupação britânica e sucessivos diálogos sem sucesso concreto. Entretanto, a recente desclassificação de documentos da Argentina, dos Estados Unidos e do Reino Unido permitiu observar que a guerra na realidade foi uma ação de desespero por parte da Junta Militar em encontrar um denominador comum perante a sociedade civil que pressionava pelo fim do governo. Além disso, a Junta Militar observou na recuperação das Ilhas Malvinas, a possibilidade de serem alçados como heróis nacionais e desta forma, conseguir apagar o passado violento dos antecessores militares que lideraram a nação a partir de 1976. Desta forma, a presente pesquisa norteia-se pelo seguinte questionamento: como a arquitetura político-diplomática argentina fez uso ou desperdiçou o panorama que possuía? Para isto, a pesquisa se debruçou nos documentos desclassificados dos países supracitados que foram liberados de forma gradual, principalmente a partir da segunda década do presente século, e que distinto de uma visão oriunda da literatura comum ou romântica da guerra, permitiu que pontos-chaves pudessem ser elucidados. A pesquisa, a partir do questionamento proposto, se guiou por duas hipóteses: a) a Argentina dispunha de uma panorama diplomático – em termos de contatos, alinhamentos e apoios de outras potências – que lhe teriam dado alternativas ao curso tomado e b) a arquitetura institucional civil-militar argentina estava internamente dividida e consequentemente incapaz de avaliar e conjuntar esse panorama diplomático aos seus objetivos políticos - domésticos e externos – que explicam o desperdício desses recursos diplomáticos que a Argentina tinha à mão. Para provar as hipóteses propostas, recorreu-se no campo metodológico a elaboração de uma pesquisa de cunho bibliográfico através do uso de contrafactuais, com o objetivo de observar os cenários disponíveis e como estes poderiam ter impactado, ainda, como sendo uma pesquisa de cunho qualitativo, será utilizado o mapeamento ou process-tracing, já que a disponibilidade de documentação oficial dos principais atores estatais permite realizar este mapeamento. Por meio das documentações oficiais, contribuições bibliográficas e o uso das ferramentas metodológicas, conclui-se que a Argentina desperdiçou as possibilidades de realizar uma melhor condução da reivindicação de maneira geral, isto porque ademais de desconsiderar o apoio dos países do terceiro-mundo, realizou um cálculo raso sobre a posição dos Estados Unidos sobre o tema e principalmente sobre a política internacional. Ademais, as divisões internas na Junta Militar não permitiram desenvolver objetivos claros sobre o que a Argentina almejava e sobre as opções diplomáticas disponíveis antes e durante a guerra. |