Avaliação da resposta ao choque térmico (HSR) e dano oxidativo em pacientes diabéticos infectados por SARS-CoV-2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Russo, Mariana Kras Borges
Orientador(a): Krause, Maurício da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/262560
Resumo: Introdução: A pandemia de COVID-19, causada pelo betacoronavírus SARS-CoV-2, em 2019 resultou na morte de 6.886.489 pessoas pelo mundo. Os casos mais graves da doença se desenvolvem pela resposta inflamatória exagerada conhecida como cytokine storm. Entre os fatores de risco associado à maior necessidade hospitalização e morbidade da doença se destacam condições crônicas como a hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares. A possível relação entre a COVID-19 e o diabetes está no estado inflamatório crônico de baixo grau presente neste distúrbio metabólico. As proteínas de choque térmico (Heat Shock Protein - HSP) são os produtos finais de uma resposta altamente conservada entre as espécies, a resposta ao choque térmico (Heat Shock Response – HSR), um importante mecanismo envolvido na proteostase e nos processos anti-inflamatórios. Estudos anteriores de nosso laboratório já demonstraram que a HSR encontra-se reduzida em indivíduos diabéticos, levando uma piora na resposta de resolução da inflamação e, consequentemente a níveis elevados de citocinas próinflamatórias e ao dano oxidativo. Desta forma, o estudo possui como objetivos: (a) medir a concentração de HSP72 extracelular (eHSP72) em pacientes com COVID-19 grave, e comparar com pacientes não-infectados, (b) comparar a resposta ao choque térmico (HSR) entre os pacientes críticos infectados pelo SARS-CoV-2 com e sem diabetes e, (c) comparar a HSR dos pacientes com COVID-19 grave e pacientes não infectados. Métodos: Para o presente estudo foram selecionados 60 adultos, de ambos os sexos, gravemente enfermos com insuficiência respiratória aguda, diagnosticados com SARS-CoV-2, internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foram incluídos dois grupos com indivíduos não-infectados de projetos anteriores para a comparação (saudáveis, n = 19 e pacientes com diabetes, n = 22). Utilizamos amostras de sangue periférico para medir o metabolismo (glicose e HbA1C), estresse oxidativo (lipoperoxidação e carbonilas), eHSP72 e a HSR (in vitro). Resultados: Os pacientes com COVID-19 grave apresentaram nível de eHSP72 plasmática mais alto em comparação com indivíduos saudáveis e pacientes não-infectados. Os indivíduos com COVID-19 em estado grave apresentaram uma HSR reduzida, além de aumento na peroxidação lipídica e carbonilas. Conclusões: Nossos resultados demonstraram que os pacientes com COVID-19 grave possuem eHSP72 elevada e uma HSR reduzida, independentemente da presença de diabetes. Esses resultados auxiliam a explicar a razão da inflamação descontrolada (tempestade de citocinas) presente nesses pacientes e fornece informações sobre o aumento do risco de desenvolvimento de Diabetes Mellitus Tipo 2 após a infecção por SARS-CoV-2.