Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Dias, Valéria da Veiga |
Orientador(a): |
Talamini, Edson |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/164591
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Resumo: |
O perfil do consumidor de alimentos orgânicos vem sendo estudado ao longo de várias décadas, no entanto, as conclusões representam características demográficas pouco congruentes, que colaboram para discussões de campo, mas dificultam o desenvolvimento objetivo de estratégias para este mercado, que se encontra em amplo crescimento. Uma tendência evidenciada a partir do crescimento da demanda por produtos orgânicos e outros produtos oriundos de sistemas alternativos, é a reaproximação entre produtores e consumidores. Em função da dificuldade de operacionalização da proximidade, optou-se nesta tese por traduzi-la por meio de um construto consolidado, a lealdade. Poucos estudos exploraram a temática da lealdade para o consumidor de alimentos orgânicos, e não foram encontrados estudos que caracterizem e expliquem os relacionamentos de longo prazo ou os vínculos estabelecidos no mercado de alimentos orgânicos. Sendo assim, esta tese objetivou caracterizar o consumidor de alimentos orgânicos, considerando aspectos de lealdade nas suas relações de aquisição e consumo. Em função da falta de estudos na área não foram encontradas escalas confiáveis para mensurar a lealdade, o que motivou a proposição de medidas de mensuração adequadas para aspectos que contribuem para a lealdade, permitindo identificar, classificar os níveis de lealdade do consumidor e analisar aspectos do comportamento a partir de uma segmentação comportamental. A metodologia foi descrita como um estudo multimétodos, organizada de forma sequêncial e complementar. As escalas propostas foram validadas e apresentaram bons índices de confiabilidade e validade, indicando sua capacidade de replicação e uso para segmentação dos consumidores. Outro resultado foi que os consumidores de alimentos orgânicos são um grupo heterogêneo e híbrido quanto a características e preferências. Foram identificados três grupos distintos, com diferentes níveis de lealdade, satisfação, e diferenças em relação a confiança e os motivos de re-compra. O grupo mais leal foi o mais satisfeito e confiante, e os valores predominantes foram a realização pessoal e auto respeito. Para estes, os aspectos estéticos dos produtos são irrelevantes, preferem cozinhar em casa e manter hortas caseiras. Os principais motivos de recompra foram a preocupação com a saúde pessoal, impacto ambiental e manutenção do produtor no campo. Para o grupo menos leal os aspectos estéticos são determinantes no que tange a confiança, e os motivos de re-compra aparecem de forma difusa, pouco destacada, indicando a falta de percepção dos benefícios para estes produtos. Os consumidores mais leais preferem comprar seus produtos em feiras, enquanto os menos leais preferem os supermercados, no entanto, existe uma hibridização no comportamento dos consumidores, já que dois grupos possuem na mesma proporção pessoas que preferem feiras e supermercados. Essas características podem se refletir em outros aspectos ainda pouco estudados sobre o comportamento do consumidor, ou revelar uma tendência para o perfil do consumidor de alimentos orgânicos, que mescla preocupação de saúde e bem estar com praticidade e outros aspectos da sociedade moderna. Tais informações constituem-se em subsídio importante para a fundamentação e estruturação de estratégias orientadas para consumidores com particularidades relacionadas a confiança, satisfação e lealdade, bem como motivos de re-compra, valores ou preferência sobre o local de compra. |