Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Gonçalves, Camila dos Santos |
Orientador(a): |
Guareschi, Pedrinho A. |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/170338
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Resumo: |
O tema desta tese nasceu da desacomodação gerada por uma experiência intensa, a partir do trabalho voluntário enquanto psicóloga nas ações psicossociais ofertadas pós-incêndio em uma boate em Santa Maria/RS/Brasil, no dia 27 de janeiro de 2013. Esse acontecimento crítico mobilizou psicólogos/as de todo o país, o/as quais iniciaram uma atuação ativa junto a outras organizações para o planejamento e atendimento a famílias, sobreviventes, profissionais e população em geral. Esse acontecimento crítico desencadeou um exercício de desacomodação dos saberes vigentes e dominantes no campo da Psicologia, os quais, historicamente, vem contribuindo para a psicologização e patologização da vida ao criar estratégias e soluções para experiências do cotidiano. Partimos do reconhecimento da incompletude dos saberes em si mesmos e da possibilidade de falibilidade de saberes já instituídos. Assim, visto a necessária criação de condições para problematizarmos nossas práticas, tomamos o incêndio como ponto de partida para repensarmos formas de emergência e visibilidade de certos modos do fazer psicológico. O objetivo geral foi investigar quais saberes e práticas psicológicas o acontecimento crítico fez emergir Os objetivos específicos foram: mapear as características dos/as psicólogo/as que trabalharam como voluntários após o incêndio na boate em Santa Maria; averiguar os processos de significados atribuídos pelos/as psicólogos/as aos saberes e às práticas da Psicologia nos atendimentos voluntários e o processo representacional gerador desses sentidos; identificar as problematizações sobre os saberes e as práticas psicológicas apontadas pelos/as psicólogos/as diante das demandas geradas, e suas (in)visibilidades na atuação em Psicologia; analisar as ausências e emergências que os/as profissionais identificaram quanto aos saberes e às práticas psicológicas; reconstruir as memórias do trabalho coletivo desses/as psicólogos/as voluntários/as a partir de suas narrativas. O itinerário metodológico recorreu a diferentes formas de levantamento de informações, sendo que o corpus de investigação foi composto por diário de campo, levantamento documental, entrevistas individuais e um grupo focal. Após a análise das informações, delimitamos três conjuntos de análise: Pluralidade do conhecimento: processualidade e coexistência como constituintes do campo de saber; percursos do pensamento psicológico sob a perspectiva histórico-crítica: a construção do campo de saber e dos modos de fazer política; e emergências do campo de saber da Psicologia diante do acontecimento crítico: a construção de saberes contra o desperdício da experiência. Logo, ao considerarmos o acontecimento crítico enquanto dispositivo analisador de saberes e práticas psicológicas, foi possível levantarmos aspectos que consideramos serem as ausências do campo de saber referentes à formação em Psicologia, às técnicas, à relação dos saberes e das práticas com a cidade e os coletivos. Em contrapartida, as emergências levantadas pelos/as profissionais fortalecem o sentido de valorização do presente contra o desperdício da experiência, por meio do protagonismo local, da criação de práticas singulares e das redes colaborativas afetivas na construção coletiva de trabalho. |