Entre a cruz e o saree : sobre a experiência do coletivo de mulheres Gharelu Sahayaka Sanstha na cidade de Nova Déli

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Bueno, Mayane Haushahn
Orientador(a): Dullo, Eduardo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/213441
Resumo: A presença de diversos atores no cenário das lutas sociais na Índia tem reconfigurado, na prática, noções de cidadania, levando a explorar as razões culturais, históricas e materiais desta reconfiguração. Essa recente pluralização dos atores envolvidos enseja debates que passam a engendrar novas formas de participação social, ampliando, dessa forma, suas práticas de cidadania. Nesta pesquisa, busco compreender como o coletivo de mulheres católicas Gharelu Sahayaka Sanstha constrói suas formas de agenciamento, na relação com a Igreja Católica. O coletivo é formado por 33 mulheres indígenas (Advasis), advindas de diversas regiões da Índia, e que tem uma estreita relação com a Igreja Católica em Déli. Essa rede de apoio é construída pela relação com congregações católicas que acompanham e auxiliam o coletivo durante suas reuniões, dando suporte nas celebrações, missas e eventos organizados por estas. O objetivo não é produzir uma definição estática, mas demonstrar que a cidadania, quando pensada para esses sujeitos sugere brechas e formas que escapam definições universais. Meu principal argumento é de que a cidadania cultural nos ajuda a pensar na produção de sujeitos empoderados a partir da ausência de políticas socias mediadas pelo Estado, e pela presença da Igreja neste contexto. No entanto, proponho pensar que o próprio pluralismo no contexto indiano impõe formas de se relacionar com o Estado e com as políticas sociais que precisam ser melhor articuladas em um processo conjunto com as mulheres. Utilizo para esta análise três casos: O seminário organizado pela Congregação da Companhia de Jesus com a temática sobre o trabalho; a Marcha organizada para os trabalhadores informais em Nova Déli; e, as reuniões que acontecem no âmbito do coletivo. Discuto, portanto, as formas em que a Igreja se articula as necessidades das mulheres dando visibilidade e garantindo a representatividade destas no debate público.