O currículo do curso de licenciatura em pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e seus efeitos na produção de currículos menores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Freitas, Juliana Veiga de
Orientador(a): Wanderer, Fernanda
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/257252
Resumo: Esta tese de doutorado insere-se na temática da formação inicial de professores e tem por objetivo analisar os modos de ser docente produzidos pelo currículo do curso de Licenciatura em Pedagogia da UFRGS e seus efeitos na construção de currículos menores nas salas de aula em que atuam suas egressas. O currículo do curso de Pedagogia da UFRGS objeto desta pesquisa teve vigência de 2007/1 a 2018/1 e foi orientado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Pedagogia (Resolução CNE n°01/2006). O escopo teórico deste estudo está pautado em uma tríade curricular composta pelas discussões que envolvem as políticas curriculares para a formação de professores (em especial, a Diretriz Curricular para o curso de Pedagogia), o currículo da Licenciatura em Pedagogia UFRGS e o currículo que acontece nas salas de aula (currículos menores) que, uma vez articulados, mobilizam modos de ser docente específicos na constituição das egressas. Esta pesquisa caracteriza-se como qualitativa e está inserida na perspectiva pós-crítica. Como técnica metodológica, analisaramse as narrativas de nove egressas e um egresso do curso de Pedagogia da UFRGS produzidas por meio de grupos focais durante os meses de outubro a dezembro de 2021. Para análise dos dados, sustentado nas teorias foucaultinas, amparei-me nos estudos e discussões de Paraíso (2012), ao posicionar o sujeito como produto da linguagem e de determinada ordem discursiva. Como estratégia analítica para operar com o material empírico, considerando que os currículos que acontecem na sala de aula também emergem do encontro curricular entre a formação inicial e o exercício docente, considera-se a educação em seus níveis macro e microestrutural a partir dos conceitos de educação maior e educação menor de Silvio Gallo (2002) Por esse viés, compreende-se que a educação maior encontra-se presente nas políticas curriculares para a formação de professores e está a serviço da normatização, da condução dos currículos das licenciaturas, da orientação e da constituição da docência brasileira. Por outro lado, é no exercício cotidiano docente, no dia a dia da sala de aula, na relação entre professores e estudantes, em suas experiências e aprendizados que se abre espaço para que uma educação menor ocorra. Assim, a análise das narrativas parte do encontro entre uma educação maior – as políticas curriculares para a formação de professores (em especial, a Diretriz Curricular para o curso de Pedagogia) e o currículo da Licenciatura em Pedagogia – e uma educação menor – o currículo que acontece no interior da sala de aula – para a produção de modos de ser docente mobilizadas no exercício cotidiano da docência das egressas do curso de Pedagogia da UFRGS. O exame do material mostra que o currículo do curso de Pedagogia opera na constituição de dois modos de ser docente, quais sejam: a docência sensível e a docência autoral. Diante disso, minha tese é a de que o currículo do curso de Pedagogia da UFRGS produz ao menos dois modos de ser docente que impactam diretamente a construção de currículos menores no interior das salas de aula em que atuam as suas egressas. Ao constituírem-se como docentes sensíveis e autores do seu fazer pedagógico, as egressas e o egresso operam na construção cotidiana de dois tipos de currículos menores: o currículo do afeto (ou afetivo) e o currículo personalizado. Currículos menoress que permitem a consolidação de uma educação menor dentro dos espaços e das relações escolares, abrindo espaço para rupturas aos discursos instituídos pelos textos curriculares oficiais de uma educação maior.