Relação entre tempo de desmame de ventilação mecânica e presença de distúrbios neuropsiquiátricos e dependência física pós UTI

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Valer, Bruna Bampi
Orientador(a): Friedman, Gilberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/224565
Resumo: Introdução: A ventilação mecânica invasiva (VMI) é uma ferramento importante de suporte à vida, porém sua aplicação está associada à diversas complicações, muitas vezes vinculada diretamente à sua duração [2, 3]. Meta-análises [11, 12] sobre a epidemiologia da ansiedade e sintomas depressivos em sobreviventes de UTI relataram altas taxas de prevalência de sintomas de depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) em médio e longo prazo após a alta. Embora os estudos recentes estejam começando a avaliar as relações entre doença crítica e internação na UTI com desenvolvimento de distúrbios neuropsiquiátricos, estudos adicionais são necessários para determinar seus fatores de risco e mecanismos. Objetivo: Correlacionar o tempo de desmame da VM, à prevalência de dependência física e distúrbios neuropsiquiátricos a médio e longo prazo pós UTI. Metodologia: Estudo de coorte retrospectivo. Foram incluídos no estudo pacientes que participaram do Projeto Qualidade de Vida Pós-UTI e que fizeram uso de VMI. As variáveis foram comparadas quanto à forma de desmame apresentada com o uso de modelos lineares generalizados, de acordo com a distribuição de probabilidade de cada variável ou com o teste de Kruskal-Wallis para variáveis quantitativas e teste Chi-Quadrado de Pearson para categóricas. Resultados: Dos 804 pacientes que fizeram uso de VMI, 61.2% apresentaram desmame simples, 7.5% desmame difícil e 31.3% desmame prolongado. A presença de dependência física aos 3 meses pós UTI foi significantemente maior nos pacientes de desmame prolongado (55,9%) em comparação ao grupo de desmame simples (37,6%) (p<0,001). A presença de sintomas de ansiedade (HADSa – Hospital Anxiety and Depression Scale para ansiedade > 7) aos 6 meses pós UTI estava presente em 55% dos pacientes com desmame difícil, sendo este grupo distinto dos demais. 50% dos pacientes de desmame difícil apresentaram sintomas de depressão (HADSd – Hospital Anxiety and Depression Scale para depressão > 7) após 6 meses de alta da UTI, sendo superior em comparação aos 24,7% dos pacientes de desmame simples e 17,1% dos pacientes de desmame prolongado (p=0,014). Conclusão: Os pacientes que tiveram desmame classificado com difícil apresentaram as maiores taxas de prevalência de distúrbios neuropsiquiátricos 9 6 meses após alta da UTI, e aqueles com desmame prolongado tiveram maiores índices de dependência física 3 meses após a UTI.