A escrita submersa : o fazer literário das águas de rio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Fidelainy Sousa
Orientador(a): Neumann, Gerson Roberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/217370
Resumo: A escrita submersa constitui-se para além das distinções conceituais. Por mais modernas que se pareçam, as concepções sobre a escrita contrariam a possibilidade de imprevisibilidade do que está por vir. A escrita é mais próxima de um fluir de águas correntes. Mesmo diante da previsibilidade dos caminhos do rio, a água mesmo, essa que se espalha pelo chão, é a eternidade imprevisível. As significações da escrita se aproximam de um fazer cuja consequência esteja em vias de existir, mesmo que a busca pela escrita ocorresse por meio do processo imaginativo ou a própria ficção ainda assim não afastaria a necessidade do ato de submersão. Submergir em águas de rio para encontrar a escrita é o processo investigativo necessário para se perceber a escrita. Sendo assim, se para realizar o ato de mergulhar, não se pode temer/vacilar diante da pressão ao longo da descida, é preciso seguir afundando nas águas até que a dimensão de existência tenha outra textura. Ou ainda, se a complexidade do fazer literário emerge de narrativas sobre águas de rio, o presente texto teórico também passa pela submersão. O convite é para que o leitor afunde nessas águas teóricas para compreender ou aproximar-se das características do submerso. O objetivo é reconhecer as águas de rio como força motriz da Escrita submersa pelas letras/águas do Rio Amazonas, do Rio da Prata e do Rio Danúbio, de Thiago de Mello, Juan José Saer e Claudio Magris, respectivamente. O mergulho reconhece a Escrita Submersa para além dos conceitos de gêneros narrativos e ou espaços narrativos. Ao convergirem as vozes desses autores, foi possível transitar entre o fazer literário e o acadêmico dentro e fora da teoria literária para alcançar novas costuras teóricas para a abertura de uma episteme que não use os rios apenas como objeto para análise estática do texto literário. Esta investigação utilizou como respaldo o constructo do Tratado Imaginário saeriano, bem como seu conceito de ficción para destacar a intersecção entre a escrita ficcional, não-ficcional e histórica da região do Rio da Prata. A dimensão poética ficou por conta dessas vozes e dos seres da floresta, como bem mencionou Thiago de Mello, ao longo do Rio Amazonas e o Rio Danúbio trouxe, por meio de Magris, a dimensão atemporal das águas. A Escrita Submersa emerge das águas de rios que por sua vez irrigam, movimentam e escorrem novas particularidades da escrita literária, assim como afogam o espaço/tempo de acordo com os contornos do fluir das águas de rio.