Infecção por paramixovírus tipo 1 em pombos (Columba livia) no sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Souza, Suyene Oltramari de
Orientador(a): Driemeier, David
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/135496
Resumo: A doença de Newcastle, causada por cepas patogênicas de paramixovírus aviário 1 (APMV-1), é uma doença de aves importante por causar altos índices de mortalidade e perdas econômicas. Em aves da ordem Columbiformes, vários surtos têm sido relatados ao longo de 30 anos, em diferentes partes do mundo, causados por uma cepa denominada pigeon paramyxovirus tipo 1 (PPMV-1). Este trabalho descreve um surto de mortalidade em pombos domésticos (Columba livia), provenientes de uma praça pública, no município de Porto Alegre, no Sul do Brasil, ocorrido no mês de novembro de 2014. Aves moribundas e mortas, no intervalo de cinco semanas, foram submetidas ao exame de necropsia, exame histopatológico, imuno-histoquímico anti- Newcastle, de transcrição reversa seguida da reação em cadeia da polimerase (RTPCR), exame de sequenciamento e analise filogenética. Foram acometidas aves adultas, de ambos os sexos e a mortalidade foi estimada em 80%, os sinais neurológicos apresentados foram tremores da cabeça, torcicolo, dificuldade em manter-se em estação, dificuldade de locomoção, paresia, paralisia, asas caídas e vômito. As lesões encontradas no exame macroscópico eram inespecíficas e no exame histológico do sistema nervoso central eram caracterizadas por encefalite e encefalomielite não supurativas. No rim, fígado e pâncreas foi observado infiltrado inflamatório mononuclear, que por vezes era associado à necrose. No baço, além de necrose, foi observado depleção linfoide e infiltrado de macrófagos. Das 24 aves testadas para a RTPCR, seis foram positivas para a proteína da matriz (M) e através do sequenciamento destas amostras, pode-se identificar que todas as aves foram acometidas pela mesma cepa viral. Para confirmação de que a cepa encontrada tratava-se de uma cepa virulenta, foi feita a análise por sequenciamento do sítio de clivagem da proteína F, comparando a sequência de aminoácidos encontrada, 112RRQKRF117, com outras cepas já conhecidas. Observou-se que as amostras analisadas apresentaram aminoácidos na região do sítio de clivagem da proteína F, compatíveis com cepas virulentas. De acordo com a análise filogenética, o virus foi classificado como pertencente à classe II e ao genótipo VI. Ao exame imuno-histoquimico, a marcação foi observada no cérebro, no citoplasma de astrócitos e no núcleo de neurônios; no fígado, associada ao infiltrado inflamatório no interior de macrófagos; em células epiteliais do pâncreas exócrino e no citoplasma de células epiteliais do rim.