Validade do Questionário de Função Reflexiva (RFQ) para avaliar mentalização em adultos da população geral, em pacientes com TDAH e em psicoterapia de orientação analítica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Teche, Stefania Pigatto
Orientador(a): Grevet, Eugenio Horácio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/252504
Resumo: Entende-se por mentalização a capacidade de refletir sobre os estados mentais de si e dos outros durante as relações interpessoais, considerando que esta interação inclui sentimentos, desejos e atitudes dos participantes. Atualmente, a mentalização vem sendo aferida pelo questionário de função reflexiva (RFQ), porém recentes análises estão encontrando problemas no instrumento, indicando que a RFQ-8 avalia apenas a incerteza em relação aos estados mentais. Neste trabalho, testamos a validade de constructo do questionário de função reflexiva (RFQ) nas suas versões longa (RFQ-54) e curta (RFQ-8) usando dados de uma amostra de 792 indivíduos representativos da população geral, além de 223 pacientes submetidos a psicoterapia de orientação analítica e em 63 pacientes atendidos em centro de atenção psicossocial (CAPS). Nossas análises mostraram que a RFQ-8 não apresenta validade de construto para aferir a mentalização em todas suas dimensões teóricas. Nossos achados demonstraram que o instrumento tem forte associação com a falta de regulação emocional e a impulsividade. Por outro lado, as análises inéditas com a versão longa do RFQ demonstraram que este a RFQ-54 tem uma estrutura multidimensional abrangendo a mentalização e função reflexiva. A partir desses achados, propomos uma nova forma de pontuar o RFQ-8, como uma medida unidimensional de falta de mentalização, sendo de fácil utilização em contextos clínicos e de pesquisa. Propomos, ainda, uma nova versão curta de 12 itens a partir da estrutura latente da RFQ-54, com a performance semelhante à escala longa. A relevância clínica da mentalização incluiu desde uma possível medida prognóstica, como um melhor planejamento individualizado para tratamentos psiquiátricos e psicoterápicos, repercutindo facilidades para os terapeutas e melhor eficácia para os pacientes. Destacamos a necessidade de testar a nova versão curta e revisar os resultados dos estudos anteriores que demonstraram a RFQ-8 como uma medida de mentalização válida.