Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Martins, Mariane Goettert |
Orientador(a): |
Stigger, Marco Paulo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/150967
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Resumo: |
O futebol é um dos esportes mais praticados no Brasil, mas apesar da importância que se dá a esse esporte no alto rendimento, há outros significados que o futebol pode representar para os seus praticantes, sobretudo nos momentos de lazer. O futebol de várzea representa uma configuração do futebol, sendo notado a existência de diversos praticantes e de campeonatos organizados em várias cidades do país. Em Porto Alegre há uma competição chamada Campeonato Municipal de Futebol de Várzea de Porto Alegre, no qual em um estudo já foram observadas divergências e mudanças durante um período a respeito de sua organização e da lógica esportiva. Levando em consideração esses aspectos referentes às controvérsias na administração do “Municipal da várzea”, o objetivo desse estudo é compreender de que forma o Campeonato Municipal de Várzea de Porto Alegre, em um processo histórico, vem se desenvolvendo através da cadeia de interdependências entre os seus participantes, assim como analisar as mudanças ocasionadas por essa cadeia. Também tenho como objetivo entender como os participantes do Campeonato vêm lidando com as divergências nas lógicas esportivas adotadas desde o seu surgimento, em 1993, até os dias atuais. Para desenvolver a investigação, efetuei um ‘olhar configuracional’ à competição e utilizei a pesquisa histórica como metodologia: realizei entrevistas semiestruturadas e consulta em documentos. Através de capítulos divididos em ordem cronológica, apresento os resultados encontrados, iniciando com o relato do surgimento do Campeonato. Desde o princípio, nas relações de interdependências da configuração houve interesses e disputas entre os envolvidos com a competição, principalmente entre a Prefeitura e as Ligas Amadoras de Futebol. Nos anos iniciais não houve grandes oscilações no equilíbrio de poder entre estas duas instituições. A cadeia de interdependências foi aumentando ao passar dos anos, sendo ampliada através de mais ‘atores’. Esse aumento na cadeia de interdependências além de ocasionar mudanças na estrutura do Campeonato, também provocou ambição entre os participantes. Dessa forma, os presidentes das Ligas solicitaram participar da organização da segunda fase da competição, iniciando uma oscilação no equilíbrio de poder entre elas e a SME. Na mudança de Governo Municipal e, assim, do Gerente de Futebol, há a inserção das Ligas na coordenação da segunda fase, na qual aquelas ‘mais organizadas’ aumentam o seu nível de poder. Somente quando o primeiro Gerente de Futebol retorna à administração da competição é que há novamente a oscilação no equilíbrio de poder entre ambas as instituições. A lógica esportiva também é alterada quando há essa troca na Prefeitura, se antes havia flexibilidade no cumprimento das regras, para abranger os mais diversos participantes, nesse período o Campeonato é conduzido com uma rigidez nas normas e uma similaridade ao futebol profissional, causando a exclusão de vários participantes. Esses resultados me possibilitaram concluir que, mesmo com uma limitação no ‘olhar’ sob a cadeia de interdependências, foi possível demonstrar a sua influência nas mudanças na organização do Municipal e na lógica do esporte. Através deste trabalho, também foi possível observar que a heterogeneidade no futebol de várzea pode existir inclusive no interior de uma única competição, o que acaba por trazer reflexos no que se refere às políticas públicas de esporte e de lazer. |