Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Robinson, Ana Karina |
Orientador(a): |
Pizzinato, Adolfo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/239088
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Resumo: |
Esta dissertação investigou a relação entre aspectos piscossociais relacionados à satisfação corporal de lésbicas e mulheres bissexuais brasileiras. Foram realizados dois estudos empíricos de métodos mistos – quantitativo e qualitativo - sequenciais. O primeiro estudo examinou as associações entre a satisfação corporal e as identificações como lésbica e mulher bissexual. Investigou ainda o papel da autoestima e do perfeccionismo físico sobre a satisfação corporal nesse público. Participaram do estudo of 337 mulheres brasileiras com idade entre 18 e 61 anos (M = 27.56; SD = 7.25), a maioria auto-identificada como cisgênero (95.5%), lésbica (73%), ou bissexual (17.6%). Algumas participantes também identificaram-se com outras orientações sexuais (e.g., sapatão, pansexual, assexual, e queer), e outras identidades de gênero (e.g., gênero fluído e sapatção). Os resultados sugerem que há uma conexão direta entre satisfação corporal e as identificações com as lesbianidade e bissexualidade, com as identificações LB explicando 4,4% da satisfação corporal. Já as identificações LB, a autoestima global e o perfeccionismo físico explicaram 20,7% da satisfação corporal. São discutidos aspectos psicossociais e culturais implicados na relação entre as variáveis sob uma perspectiva positiva e protetiva frente às pressões sociais e estétiticas sobre os corpos das mulheres. O segundo estudo buscou compreender a percepção de lésbicas e mulheres bissexuais acerca da pressão social e estética corporais, especialmente por meio das mensagens veiculadas na mídia e redes sociais. Os rígidos padrões de beleza e estética corporal tem destacado um aumento significativo nos níveis de insatisfação com a aparência. As mulheres heterossexuais parecem estar mais vulneráveis a essa pressão para atender aos padrões de beleza estética que valorizam a magreza extrema, a branquitude, a juventude e heterossexualidade e as expressões de feminilidade. No entanto, tem sido teorizado que as lésbicas e mulheres bissexuais pertencem a uma subcultura que parece ser protetiva dessas demandas, por recusarem os padrões estéticos heteronormativos. Oito mulheres brasileiras autodeclaradas lésbicas e bissexuais foram entrevistadas sobre suas experiências quanto à pressão social para atender a tais requisitos. A análise temática de suas narrativas sugere que mulheres mais identificadas com as lesbianidades sentem-se mais satisfeitas com sua aparência física. Essa satisfação está positivamente associada à autoestima, aos aspectos positivos da identidade sexual, além de maior liberdade quanto às expressões de gênero que não conformam o binarismo. Por outro lado, mulheres que relataram uma menor identificação enquanto lésbicas, referiram baixa autoestima; níveis mais elevados de perfeccionismo físico e comparação social e menores níveis de satisfação corporal. Foram discutidos os aspectos psicossociais e culturais implicados nesse âmbito, marcadores sociais, normas socioculturais, autoestima e demais aspectos que impactam positiva e negativamente as suas experiências cotidianas. São discutidos os aspectos psicossociais e socioculturais em disputa nessa relação entre imagem corporal e as identificações lésbica e bissexual. São apresentadas as contribuições, limitações e perspectivas para estudos futuros nesse campo. |