Formação em saúde sobre o cuidado à população Lésbica, Gay, Bissexual, Travesti e Transexual

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gomes, Sávio Marcelino
Orientador(a): Noro, Luiz Roberto Augusto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/30007
Resumo: As práticas reguladoras do corpo, gênero e desejo produzem desigualdades históricas vivenciadas pela população Lésbica, Gay, Bissexual, Travesti e Transexual (LGBT). Estas iniquidades se materializam em diversas formas de violência em espaços institucionais no âmbito dos serviços de saúde, educação e assistência social. A inclusão de demandas das pessoas LGBT nos serviços de saúde depende do conhecimento de seus trabalhadores sobre este tema, o que evidencia a necessidade de inclusão desta abordagem na formação profissional. Neste sentido, o presente estudo teve o objetivo de analisar a inserção das temáticas de gênero, sexo e orientação sexual na formação em saúde. Foi realizado em duas etapas: 1) construção e validação do instrumento de pesquisa e 2) estudo transversal com aplicação do questionário. Na primeira etapa foi criado o modelo teórico lógico, seguido da elaboração prévia de um questionário, a ser avaliado por 25 especialistas. O consenso foi obtido por medidas de tendência central e pelo Índice de Validade de Conteúdo. O questionário foi validado por 19 especialistas, composto por 39 itens e IVC de 92 de 92,9%. Na segunda etapa foi realizado um estudo transversal, de abordagem quantitativa, que teve como cenário as Instituições de Ensino Superior públicas do estado do Rio Grande do Norte. Foram estudados cinco campis: na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, os campi Natal e Santa Cruz, e Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, os campi Mossoró, Caicó e Pau dos Ferros. Foi aplicado o instrumento validado na primeira etapa, composto por três modalidades: 1) caracterização sociodemográfica; 2) formação sobre saúde LGBT e 3) concepções sobre saúde LGBT. Foram convidados para participar da coleta de dados todos os 517 estudantes concluintes dos cursos de Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia e Saúde Coletiva, em 2019. Ao final, responderam ao questionário 438 estudantes. Foram realizadas análises descritiva, de agrupamentos, bivariadas, através de teste Qui-quadrado e Exato de Fischer e multivariadas por meio de Regressão de Poisson e Análise de Correspondência Múltipla, todas com auxílio do software SPSS 25.0. Maiores frequências foram apresentadas para itens presentes na formação relacionados às pessoas transexuais e travestis e as menores em relação a Política Nacional de Saúde Integral LGBT. Os agrupamentos mostraram associação entre a média de itens a que os estudantes tiveram acesso e a participação em movimentos sociais e estratégias governamentais de formação. O modelo final ajustado revelou que a instituição de ensino e a autodeclaração como LGBT estão associados ao maior acesso às questões de cuidado LGBT. A maior parte dos estudantes relatou concordar com políticas de saúde para a população LGBT, havendo a formação de grupos entre aqueles que concordam com todas as políticas propostas, aqueles que discordam de sua maior parte e os que não declararam opinião. A formação é atravessada, portanto, por experiências individuais e institucionais, que devem ser consideradas nas diretrizes da PNSI-LGBT, para assim potencializar e democratizar o acesso a itens essenciais para o cuidado aos corpos no SUS.