Borboletas (LEPIDOPTERA: PAPILIONOIDEA e HESPERIOIDEA) de seis áreas verdes de Porto Alegre, RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Camargo, Fabiana de
Orientador(a): Romanowski, Helena Piccoli
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/78083
Resumo: Grandes metrópoles promovem vários impactos antrópicos que levam à redução tanto da vegetação quanto da fauna local. Parques e áreas verdes parecem ser seus refúgios nestes ambientes. As borboletas têm ampla distribuição geográfica e, mesmo inseridas no ecossistema urbano, apresentam relativa diversidade e abundância. São, assim, excelentes ferramentas para estudos da fauna urbana. As informações obtidas através destas podem ser base para estratégias de manejo de áreas verdes dentro da malha urbana. Visando conhecer a fauna de borboletas de Porto Alegre e a influência de fatores antrópicos sobre esta, realizou-se levantamentos sazonais, entre 2003 e 2005, em seis áreas com diferentes características quanto à urbanização: Parque Farroupilha (PF), Parque Marinha do Brasil (PM), Ilha do Pavão (IP), Jardim Botânico (JB), Parque Saint’ Hilaire (SH) e Morro Santana (MS). Em 672 horas/redes, amostrou-se um total de 5.789 indivíduos em 243 espécies, com 24 novos registros para o Estado. Em linhas gerais, as áreas mais afastadas do centro da cidade apresentaram maior riqueza e abundância: MS (170 e 1.528), SH (119 e 1.169), JB (118 e 1.330), PF (73 e 364), IP (71 e 980) e PM (67 e 814) ilustrando efeitos do gradiente urbano. Vinte e seis espécies foram observadas em todas as áreas e 106 aparecem somente em uma destas: 47 apenas no MS, 24 no SH, 18 no JB, 9 no PF, 5 no PM e 3 no IP. Destacam-se os itomíneos Episcada carcinia Schaus, 1902, exclusiva do MS e Aeria olena olena Weyer, 1875, presente apenas no MS e no SH, indicando o potencial destas áreas para a conservação. A alta riqueza de Hesperiidae e Lycaenidae contrasta com a citada em outros trabalhos para o Estado, sugerindo que alta intensidade amostral é necessária para obter representatividade destas famílias. Estimadores da riqueza de espécies indicam espécies ainda não amostradas, principalmente no MS, mas estimam que entre 68% a 96% da fauna foi representada neste estudo. Os intervalos de 95% de confiança das curvas de acúmulo de espécies agrupam as áreas em três: I (PF, PM e IP), II (JB e SH) e III (MS). A abundância de borboletas teve significativa correlação positiva com cobertura vegetal, diversidade da vegetação e nível de conservação de cada área e negativa com a infra-estrutura de cada área (p<0,001). O gradiente de diversidade foi, em geral, inversamente proporcional ao de urbanização. Os resultados destacam a importância para a fauna de parques e áreas verdes no interior das grandes metrópoles. A situação destas áreas dentro da cidade pode ainda contribuir para o conhecimento do público, que pouco sabe sobre a diversidade dos ambientes em que vive, e assim, fomentar apoio à conservação.