Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Fröhlich, Cláudia Bechara |
Orientador(a): |
Moschen, Simone Zanon |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/104468
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Resumo: |
Partindo da experiência como psicóloga junto ao Ateliê de Criação – local de acolhimento de crianças encaminhadas pelas escolas por apresentarem problemas em seus percursos escolares – e a reuniões formativas – local de discussão e sustentação da prática de professores junto a laboratórios de ensino e aprendizagem –, situamos o problema de pesquisa no jogo do tempo como abertura e/ou limite ao mundo letrado, objetivando traçar uma trama entre o tempo e a passagem da oralidade ao letramento. Nessa travessia às letras, constatamos que a criança se produz em uma série de desdobramentos, num múltiplo repertório de muito pouca visibilidade para a escola, sendo, por isso, colocada ora do lado de alfabetizada ou de não alfabetizada. Buscando uma desconstrução dessa lógica binária, apresentamos o campo dos paradoxos como terreno possível para o surgimento de um terceiro na estrutura, um tempo de passagem em que se está alfabetizado e não alfabetizado. Para tanto, as lentes teóricas da psicanálise freudo-lacaniana ofereceram condições de leitura da malha discursiva do campo empírico, e enviaram-nos a autores de outros escaninhos do saber, tais como Barthes, Calvino, Huizinga e Lévy, com os quais qualificamos esse tempo invisível e importantíssimo de fomento do mundo letrado. O termo letramento foi abordado no sentido de ampliar o conceito de alfabetização, e conduziu-nos à ideia de que o jogo das letras pode funcionar como operador de passagem, em que a literatura é potente doadora de letras e peça fundamental da trama. Esse jogo das letras em andamento somente pode ser jogado com o dado do tempo que, ao desdobrar-se, mostra que uma perda pode ser um ganho nessa passagem. Nesse sentido, apresentamos a estruturação do sujeito desenhada pela psicanálise como intimamente ligada à construção do sujeito letrado. A partir do tempo lógico lacaniano, e na contramão da pressa como aceleração da vida, construímos a pressa-demorada em reciprocidade como um terceiro tempo, entre alfabetizado e não alfabetizado, momento em que se instaura o jogo saber e não saber. Quando a escola oportuniza essa pressa-demorada na passagem da oralidade ao letramento, temos uma ultrapassagem de uma lógica binária e o acolhimento de uma lógica ternária que oferece condições para que se opere uma travessia difícil e tensa no campo da palavra e da linguagem. |