Deficiência da desidrogenase das acilcoa dos ácidos graxos de cadeia média no sul do Brasil : uma abordagem molecular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Netto, Cristina Brinckmann Oliveira
Orientador(a): Giugliani, Roberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/270574
Resumo: Os erros inatos do metabolismo (EIM) são distúrbios genéticos decorrentes da alteração de uma proteína, geralmente enzimática, trazendo modificações para o metabolismo do indivíduo. Compreendem um grupo grande e heterogêneo de distúrbios que afetam as diversas áreas do metabolismo. Os EIM da f3-oxidação mitocondrial dos ácidos graxos (AG) começaram a ser considerados como um grupo dentro dos EIM dos ácidos orgânicos a partir de 1989. Dentro deste grupo, a deficiência da desidrogenase das acilCoA dos ácidos graxos de cadeia média (MCAD), um distúrbio autossômico recessivo, é o mais comum deles. Essa deficiência enzimática se manifesta somente em períodos de estresse do sistema de oxidação dos AG, em geral durante a abstinência alimentar prolongada em conexão com febre. Como nestes períodos os pacientes com deficiência da MCAD não conseguem utilizar os AG como fonte de energia, eles apresentam quadros recorrentes de hipoglicemia e letargia, frequentemente seguidos de coma, podendo mesmo ser letais. Entre os episódios de crise os pacientes permanecem assintomáticos. O gene da MCAD localiza-se no braço curto do cromossomo 1, tendo sido clonado e sequenciado em 1987 por diversos grupos. A alta frequência deste EIM, principalmente entre indivíduos caucasóides do norte Europeu, tem atraído muita atenção nos últimos anos, e o fato de apenas uma mutação (K329E) ser responsável por cerca de 89 % dos alelos tem facilitado seu diagnóstico e mesmo um programa de triagem de neonatal. Este trabalho teve como objetivo avaliar a eficácia de um protocolo para detecção da mutação K329E no gene da MCAD e estimar a frequência de heterozigotos para esta mutação em nosso meio, inferindo desta maneira a frequência de homozigotos em nossa população. O estabelecimento do protocolo foi bem sucedido e a detecção por análise genética-molecular da mutação K329E se mostrou perfeitamente viável de ser realizada no nosso meio. Foram testados 243 indivíduos (486 alelos) e nenhum deles apresentou a mutação K329E, sugerindo que a frequência desta mutação em nosso meio seja inferior a descrita em estudos realizados em outros países, e indicando que o estudo de um número maior de indivíduos é necessária para se inferir a frequência da doença em nossa população.