Investigação do dano oxidativo em pacientes portadores de deficiências da beta-oxidação mitocondrial de ácidos graxos e do efeito in vitro dos metabólitos acumulados e da L-carnitina sobre o dano ao DNA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Moraes, Maira Silmara de
Orientador(a): Vargas, Carmen Regla
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/196712
Resumo: As deficiências na beta-oxidação mitocondrial de ácidos graxos são Erros Inatos do Metabolismo (EIM), doenças genéticas raras que se caracterizam pelo acúmulo de ácidos graxos de cadeia de diferentes tamanhos, conforme a enzima afetada, em fluidos e tecidos corporais. Elas são ocasionadas por vários tipos de mutações, que comprometem a codificação adequada das enzimas desidrogenases envolvidas na oxidação mitocondrial dos ácidos graxos para serem utilizados como fonte energética alternativa durante o jejum. Embora os mecanismos fisiopatológicos dessas doenças ainda não estejam completamente esclarecidos, estudos mostram que o acúmulo de metabólitos tóxicos pode estar relacionado. Considerando estudos realizados em modelos animais e em outros EIM que demonstraram que os metabólitos tóxicos podem alterar os parâmetros de estresse oxidativo, os objetivos deste trabalho foram avaliar a lipoperoxidação através da medida de 8-isoprostanos, avaliar o dano oxidativo ao DNA e ao RNA através da medida de espécies oxidadas de guanina e avaliar parâmetros de estresse nitrosativo através da medida do conteúdo de nitritos e nitratos em amostras de urina de pacientes portadores da deficiência da desidrogenase de 3-hidroxi-acil-CoA de cadeia longa (LCHADD), da deficiência da desidrogenase de acil-CoA de cadeia média (MCADD) e da deficiência da desidrogenase múltipla de acil-CoA (MADD). Além disso, foi também objetivo analisar o dano ao DNA in vitro induzido pelos metabólitos ácido subérico, ácido adípico, hexanoilglicina, suberilglicina, isoladamente e conjuntamente, bem como o efeito da co-incubação com o antioxidante L-carnitina, através no ensaio cometa em leucócitos humanos. Foi observado um aumento significativo dos níveis de 8-isoprostanos na urina de todos os grupos de pacientes comparado à urina do 2 grupo controle, indicando lipoperoxidação. Os níveis de nitritos e nitratos estavam significativamente aumentados apenas na urina de pacientes portadores da LCHADD, sugerindo estresse nitrosativo nesse grupo de pacientes em comparação ao grupo controle. A análise de 8-hidroxi-2-deoxiguanosina revelou aumento significativo dos níveis deste biomarcador na urina de pacientes com LCHADD e MADD, sugerindo dano oxidativo ao DNA nesses grupos de pacientes em comparação ao grupo controle. Na avaliação in vitro, foi identificado aumento significativo no índice de dano ao DNA induzido por todos os metabólitos estudados, isoladamente e conjuntamente, sendo que a incubação conjunta apresentou um efeito danoso potencializado. A L-carnitina foi capaz de diminuir significativamente o índice de dano ao DNA induzido por todos os metabólitos, exceto pelo ácido subérico. Esses resultados demonstram que o acúmulo de metabólitos tóxicos pode estar relacionado aos parâmetros de estresse oxidativos e nitrosativo aumentados na urina de pacientes com deficiência na beta-oxidação mitocondrial de ácidos graxos, e que os metabólitos ácido adípico, ácido subérico, hexanoilglicina, suberilglicina, isolados ou em conjunto, causam dano ao DNA, que foi revertido pela L-carnitina, conferindo proteção oxidante.