A incerteza existencial da comunidade Xiita libanesa e seus movimentos de militarização a partir de Musa Al-Sadr e o Movimento dos Deserdados (1920 – 1978)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Menem, Issam Rabih
Orientador(a): Ferabolli, Silvia Regina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/277214
Resumo: No seio da comunidade xiita libanesa, floresceram diversos movimentos militarizados, como o Movimento Amal e o Hezbollah, os quais, ao longo das últimas décadas, vêm exercendo uma influência considerável no panorama político, social e de segurança do Líbano e do Oriente Médio. O objetivo desta pesquisa é analisar a formação do primeiro grande movimento de militarização da comunidade xiita libanesa no período pós-independência, expresso na concepção do Movimento Amal. Tal análise terá como base os posicionamentos públicos do líder revolucionário xiita Imam Musa AlSadr e das principais entidades político-sociais daquela comunidade, tendo como recorte temporal o intervalo de 1920 a 1978. Isso nos leva ao problema geral da presente pesquisa, que consiste na seguinte questão: O que motivou a constituição de um movimento militarizado (Movimento Amal), alicerçado na comunidade xiita libanesa, na década de 1970? A hipótese central desta tese é que a comunidade xiita libanesa vem sofrendo um processo histórico de perseguição e marginalização social, política e econômica, promovido por grupos dominantes desde a concepção do Grande Líbano (1920), o que provocou profundas incertezas e ansiedades existenciais nos membros daquela comunidade. Desse modo, aponta-se que um processo de militarização (Movimento Amal) foi induzido como meio de atenuar sentimentos temerosos no que concerne ao futuro dessa comunidade no Estado libanês. Para tal objetivo, foi combinada uma revisão crítica da literatura com uma análise qualitativa de documentos à luz do diálogo teórico entre o campo construtivista de Relações Internacionais e o campo da psicologia social e política. Em conclusão, a análise possibilitou apontar que a constituição do Movimento Amal foi uma resposta plausível e natural daquela comunidade, visto que os xiitas libaneses tiveram o maior número de motivações, e as mais fortes, para aderir a ideologias de mudança violentas e exigir uma modificação radical do sistema político nacional. A manipulação de narrativas impostas por agendas geopolíticas globais ressalta a necessidade de uma abordagem acadêmica que priorize a perspectiva interna dos xiitas, concedendolhes o protagonismo em sua própria narrativa.