“Cuide da Saúde”: aprendendo a ser saudável com agendas e gincanas escolares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Pereira, Mirtes Lia
Orientador(a): Wortmann, Maria Lúcia Castagna
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/60404
Resumo: A presente Tese, situada na linha de pesquisa dos Estudos Culturais em Educação e utilizando-se do referencial teórico de Michel Foucault, constitui-se em um estudo sobre artefatos escolares que se destinam a ensinar maneiras de ser saudável, na atualidade. Para tanto, foram analisadas as cinco publicações das Agendas de Saúde Escolar correspondentes aos anos de 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011 e as edições de 2009, 2010 e 2011 das Gincanas Solidárias, bem como os blogs de duas escolas participantes das atividades propostas nessas Gincanas. Tanto as Agendas de Saúde Escolar como as Gincanas Solidárias são projetos divulgados e efetivados na rede municipal de ensino de Porto Alegre/RS, sendo o projeto das Agendas oriundo do Programa Nacional de Saúde Escolar e o projeto das Gincanas uma proposta da própria Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre. O estudo procurou evidenciar como determinados discursos sobre saúde são colocados em evidência e ensinam os sujeitos a serem saudáveis através de máximas, slogans, orientações, poesias, textos informativos bem como desenhos e fotos produzidos, em sua grande parte, por alunos/as de escolas municipais participantes dos projetos. Entende-se, nesta tese, que as relações estabelecidas entre as diferentes enunciações presentes nos artefatos conferem às Agendas e às Gincanas a função de produtoras de uma cultura da saúde escolar, pois essas se inserem através de suas enunciações, discursos e práticas no contexto curricular, estabelecendo relações de poder-saber entre os diferentes sujeitos que organizam, participam e utilizam esses artefatos. Foi problematizado o modo como o material pesquisado age como uma forma de biopolítica voltada para a saúde escolar, operando modos peculiares de gerenciamento da população em relação ao alcance de uma vida saudável. O conceito de performatividade foi abordado como um eixo de análise a partir do qual se colocaram em articulação significados atribuídos à saúde que circulam no currículo e se direcionam à produção de práticas, bem como ao posicionamento dos sujeitos escolares. Foi possível perceber que as discussões contemporâneas sobre o binômio promoção da saúde/prevenção de doenças atravessam a organização dos materiais examinados, existindo, no entanto, um acento maior no cunho preventivo. Foi possível perceber, também, que na produção dos artefatos, há um viés moral e humanizador muito próximo dos discursos da pedagogia crítica, direcionado a condutas de saúde voltadas ao cuidado de si, dos outros e do meio ambiente. É importante considerar que os discursos presentes nos artefatos examinados, bem como os que circulam no currículo através das práticas que tais artefatos produzem, convocam alunos/as, professores/as e comunidade escolar em geral a assumirem condutas e hábitos considerados saudáveis e capazes de conduzir ao bem estar individual e coletivo.