Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Moreira, Clarissa Silva |
Orientador(a): |
Eichler, Marcelo Leandro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/277226
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Resumo: |
Compreender os elementos envolvidos na manifestação do pensamento negacionista, ou seja, como ou porque pessoas não aceitam os conhecimentos cientificamente estabelecidos, além da atrelada desimportância dada aos valores democráticos e à vida em coletividade, é um desafio que concerne diferentes setores da sociedade, principalmente a educação e o ensino escolar. Considerando as distintas abordagens entre as pesquisas que pautam o fenômeno obscurantista do negacionismo e da desinformação, notou-se a necessidade de uma interpretação que fosse além de visões centradas somente na comunicação ou na política, já que essas não consideram aspectos psicológicos da estruturação do pensamento lógico-crítico e do desenvolvimento moral. Nesta pesquisa, busca-se as possibilidades e limitações de uma explicação de tais fenômenos baseada no programa de pesquisa piagetiano, já que Jean Piaget foi um epistemólogo que se preocupou em entender as formas e as condições em que o conhecimento é construído, e como o sujeito se relaciona com as explicações da realidade. Os objetivos deste trabalho são investigar os limites de uma explicação piagetista para os comportamentos do negacionismo e da desinformação; compreender quais elementos cognitivos estão envolvidos em condutas negacionistas do conhecimento socialmente estabelecido e apontar as explicações sobre a ignorância do ponto de vista piagetista. Especulou-se um modelo explicativo da ignorância, baseado em uma antítese do sujeito epistêmico, nomeado de “sujeito agnoico”. Foram entrevistados seis pesquisadores, reconhecidos pelos seus conhecimentos nos estudos piagetianos, através de entrevistas semiestruturadas. Entre eles estão duas psicólogas, três filósofos e um pesquisador formado em psicologia e filosofia. As entrevistas foram gravadas remotamente para que seu conteúdo fosse analisado posteriormente. As entrevistas foram analisadas considerando-se os conceitos piagetianos citados, seu emprego no contexto da entrevista e sua relação com o tema discutido neste trabalho. Entre esses conceitos estão a heteronomia moral e o pensamento egocêntrico, envolvendo os fatores de centração e descentração ao longo do desenvolvimento cognitivo. Faz-se uma reflexão de como esses conceitos podem colaborar na formação de estratégias de ensino que visem combater a desinformação e o negacionismo. Este trabalho demonstrou se tratar de um resgate dos conhecimentos sobre a obra piagetiana, além da possibilidade de um emprego atual dos conceitos concebidos por Jean Piaget para os problemas de nosso tempo. Há a perspectiva de desenvolver o conceito de sujeito agnoico e a aplicação desse modelo para um entendimento maior das dinâmicas psicológicas e educacionais que envolvem a ignorância. |