Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Soares, Felipe Bonow |
Orientador(a): |
Recuero, Raquel da Cunha |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/217461
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Resumo: |
O problema de pesquisa que guia esta tese é: como se caracterizam as dinâmicas problemáticas para a esfera pública nas discussões políticas no Twitter? São analisadas quatro dinâmicas, definidas com base nas discussões teóricas sobre fenômenos que ameaçam ou prejudicam a esfera pública e a democracia: (1) polarização, a divisão entre grupos com posicionamentos opostos (BARBERÁ, 2020); (2) fragmentação, o isolamento de grupos em contextos de redução de acesso a conteúdo heterogêneo, como as câmaras de eco (SUNSTEIN, 2001, 2017); (3) desinformação, informações distorcidas, manipuladas ou interamente fabricadas que possuem a função de enganar (FALLIS, 2015); (4) intolerância, discursos antidemocráticos, que envolvem o ataque a grupos sociais, ameaças pessoais e reforço de sentimentos contrários aos valores democráticos (PAPACHARISSI, 2004; ROSSINI, 2019a). São utilizados métodos mistos para analisar quatro discussões políticas com foco em Jair Bolsonaro durante as campanhas eleitorais brasileiras de 2018. A Análise de Redes Sociais é utilizada para analisar redes de retweets, redes de circulação de URLs e redes de replies. A Análise de Conteúdo é utilizada para analisar amostras das mensagens mais retuitadas, URLs que mais circularam e amostras de respostas a tweets. Os resultados mostram (1) discussões polarizadas, em que são identificados um grupo anti-Bolsonaro e outro pró-Bolsonaro. Estas estruturas favorecem a circulação de conteúdo distinto em cada grupo. (2) Apesar da polarização, a fragmentação é limitada, já que as redes de replies mostram interações que cruzam barreiras ideológicas e a análise das fontes de informações mais utilizadas nos grupos mostra sobreposições. (3) A desinformação ocorre de forma assimétrica, com o grupo pró-Bolsonaro compartilhando mais conteúdo desinformativo. Além disso, há uma dinâmica coletiva que faz da desinformação sistêmica, já que os índices de desinformação no grupo seguem padrões semelhantes de variações em todos os níves (Tweets mais retuitados, URLs que mais circularam e amostras de respostas). (4) a intolerância também é identificada de forma assimétrica, novamente mais associada ao grupo pró-Bolsonaro. Além disso, a intolerância é identificada em um número reduzido de mensagens, enquanto a impolidez, ou seja, comentários rudes, uso de termos de baixo calão, etc, aparece com índices mais amplos. A partir destes resultados, argumenta-se que as estruturas e dinâmicas que caracterizam as discussões políticas no Twitter não são pressupostos das arenas da esfera pública na plataforma, mas resultado das ações dos usuários, influenciadas por um contexto social mais amplo. |