“Lutar não é loucura” : gestão de desastres, de crises psicológicas e movimentos de familiares de vítimas após o incêndio na Boate Kiss

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Arosi, Ana Paula
Orientador(a): Schuch, Patrice
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/180607
Resumo: A presente tese de doutorado tem como objetivo principal compreender através de quais ações, intervenções e saberes, um grande incêndio acontecido em uma boate – a boate Kiss - na cidade de Santa Maria, localizada no sul do Brasil, é produzido e experienciado enquanto um evento traumático. Abordo como o evento conjuga uma série de instituições e mobiliza agências humanitárias, forças tarefas governamentais e uma centena de voluntários, criando uma situação de emergência civil e também de uma emergência psicológica. Exploro como se dá a articulação da experiência de trabalho após o incidente na boate Kiss, para a formação de voluntários, conformando a expansão de outros campos de saberes, produzindo as formas de intervenção constituídas em Santa Maria como referências para o apoio psicossocial e a psicologia de emergências e desastres. Associado à pesquisa sobre as tecnologias de gestão da emergência e do desastre, acompanho o desenvolvimento de questões que envolvem a luta por justiça daqueles que se constituem como “vítimas” da tragédia da Boate Kiss - familiares e sobreviventes - os quais falam em nome de si e também das próprias vítimas fatais, contra o que consideram negligência e descaso do Estado na apuração de responsabilidades sobre o caso. Por fim, empreendo uma incursão comparativa com o caso de um evento semelhante ocorrido na Argentina, o incêndio do clube noturno Republica Cromañón, focando-me na diferenciação entre o emprego da linguagem do trauma nos dois países, e suas condições e especificidades de realização.