A noção de diálogo materializada nos relatórios GRI

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Mônica Carvalho de
Orientador(a): Baldissera, Rudimar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/153384
Resumo: O objetivo de construir possíveis soluções para a crise ambiental mobilizou diferentes setores da sociedade e gerou demandas por atitudes sustentáveis e transparência no tratamento de informações por parte das organizações. Frente esse cenário, cresce a participação do empresariado no debate sobre o futuro do planeta. É nesse contexto que surge a Global Reporting Initiative (GRI), em 1997. Dada a importância assumida pelos relatórios de sustentabilidade, em especial pelo modelo GRI, revela-se fundamental compreendê-los como espaço em que as organizações se definem com relação aos seus públicos (BALDISSERA, 2008b). Nessa direção, a presente dissertação tem como objetivo geral problematizar os sentidos de diálogo atualizados pelo GRI-G4, em perspectiva da comunicação organizacional. Isto é, a intenção é evidenciar a potencialidade do diálogo para desdobramentos e implicações nesse contexto sociocultural. Dessa forma, adotamos, como referencial metodológico, a Hermenêutica de Profundidade (HP), proposta por Thompson (1995), que sugere a utilização de três dimensões de análise: análise sócio-histórica, análise formal ou discursiva e reinterpretação. A fim de compor a fase de análise sócio-histórica (THOMPSON, 1995), iniciamos nossas reflexões sobre diálogo a partir de Buber (2001; 2009) e Bakhtin (1992; 1999). Ao entrarmos no contexto organizacional, partimos dos estudos de Bohm (2005) para pensar as possibilidades do diálogo nas organizações Na sequência, discutimos a conformação da noção de sustentabilidade (LEFF, 2008) e a necessidade de mudança para a compreensão da sustentabilidade em sentido complexo (CAPRA, 2006). Utilizamos a técnica de Análise de Conteúdo (AC), proposta por Bardin (2011), para cumprir com a etapa de análise formal ou discursiva e analisar os relatórios publicados pela Alcoa, Fibria, Itaú e Natura, selecionados conforme critérios que serão apresentados no capítulo seis. Os resultados dessas diferentes dimensões de análise foram cruzados a fim de fazerem emergir novas percepções sobre os relatórios modelo GRI, atendendo à dimensão de reinterpretação (THOMPSON, 1995). Considerando os resultados encontrados, vimos que, de forma geral, há interesse das organizações em estabelecer relações com seus públicos, entretanto, as únicas formas possíveis de contato não permitem que sejam estabelecidas conversações e, muito menos, situações dialógicas. Além disso, atentamos para o fato de que, com base nos autores que acionamos em termos de comunicação organizacional, diálogo, e diálogo nas organizações, o diálogo – no sentido que adotamos nesta pesquisa – pouco se materializa no âmbito organizacional.