Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Cardoso, Larissa Barbosa |
Orientador(a): |
Balbinotto Neto, Giacomo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/132933
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Resumo: |
O objetivo desta tese é analisar a influência do preço dos alimentos sobre o crescimento da obesidade no Brasil e avaliar os efeitos de uma política baseada no preço como instrumento de prevenção da obesidade. Essas questões foram analisadas em três ensaios que utilizam da estrutura econômica, baseada no princípio de racionalidade econômica, para compreender as escolhas individuais quanto à ingestão e gasto calóricos e a dinâmica do ganho de peso dos brasileiros. O ensaio 1 identifica as principais mudanças no índice de massa corporal (IMC) dos brasileiros e estima a contribuição dos preços dos alimentos a partir dos métodos de distribuição relativa e de decomposição contrafactual. Verificou-se que, concomitante ao aumento da obesidade, um deslocamento para a direita da distribuição do IMC revelando: a) uma maior densidade de indivíduos nas regiões de sobrepeso e obesidade; e b) um aumento do IMC mediano uma maior dispersão em torno deste. Os resultados indicaram que o aumento de preço observado entre 2002 e 2009 foi importante para conter o avanço da obesidade. Contudo, o efeito dessa variação (efeito nível) foi inferior àquele verificado para a mudança do impacto dos alimentos sobre o IMC (efeito estrutura). Os preços de alimentos como refrigerantes, carne e leite integral mostraram-se bastante significativos. Por outro lado, a renda e os anos de estudo contribuíram positivamente para o aumento do IMC no período analisado. Considerando os efeitos obtidos para o preço de refrigerantes sobre o IMC, bem como sua associação positiva do consumo desta bebida com obesidade, os ensaios 2 e 3 avaliaram os efeitos individuais e agregados, respectivamente, da adoção uma política de saúde baseada no aumento de impostos sobre bebidas açucaradas. No ensaio 2, adotou-se o modelo de duas partes para estimar as elasticidades preço demanda, as quais indicaram que o aumento do preço de bebidas açucaradas (refrigerantes e sucos) reduz o consumo, especialmente dos grupos que mais consomem destas bebidas. O resultado sobre o peso apresentou magnitude modesta, porém esta medida mostrou-se relevante na prevenção da obesidade, dado que maiores perdas de peso foram observadas na faixa próxima ao IMC correspondente à obesidade. Os efeitos em termos agregados foram simulados a partir do modelo de preços derivado da matriz de insumo produto, e os resultados mostram que uma política tributária sobre refrigerantes tende a gerar poucos efeitos adversos para a economia, com redução da produção do referido setor e daqueles diretamente inter-relacionados sendo compensada pelo aumento na produção de outros setores. O mesmo foi observado para o emprego, que apresentou variação positiva. No que se refere ao consumo, dado que em termos individuais o aumento tributário de 10% contribui para reduzir o consumo em 6,1%, a despesa de consumo agregado das famílias sofreria redução de 2,1%, com maior redução verificada na faixa de renda intermediária. Diante disso, conclui-se que a redução no preço dos alimentos mais calóricos observada nos últimos anos teve impacto sobre o peso dos brasileiros, e portanto, poderia ser levada em consideração na estruturação de políticas públicas para o combate à obesidade. |