Condomínios residenciais fechados : padrões de localização e impactos espaciais na forma e configuração urbana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Becker, Debora
Orientador(a): Maraschin, Clarice
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/274552
Resumo: Esta pesquisa tem como tema os condomínios residenciais fechados (CRFs) de grande porte e suas relações com a estrutura do espaço urbano. Entendidos atualmente como um fenômeno de proporções globais, constituem uma tendência do mercado imobiliário internacional, com inúmeras e importantes consequências em vários âmbitos da sociedade e do espaço. Mesmo que já muito debatidos, abordagens espaciais e morfológicas ainda hoje são pouco encontradas na literatura. Dessa forma, este estudo pretende contribuir com essa lacuna, tendo como objetivo a identificação de padrões de localização dos condomínios residenciais fechados no tecido urbano e de seus impactos espaciais na forma e na configuração intraurbana, a partir do paradigma da cidade resiliente. A Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) foi selecionada como estudo de caso para a identificação dos padrões regionais de localização. Já para a análise dos impactos espaciais no entorno imediato, foi delimitado um recorte espacial na cidade de Eldorado do Sul. Foram gerados três sistemas espaciais para análises comparativas dos impactos espaciais: o Tradicional (parcela do recorte urbano caracterizada pela cidade tradicional, sem CRFs); o Condominial (parcela do recorte urbano caracterizada por CRFs); e o sistema Misto (o recorte urbano total). Para esses três sistemas foram realizadas análises espaciais e calculadas medidas e indicadores morfológicos e configuracionais de diversidade, conectividade e proximidade, possibilitando a aferição das repercussões dos condomínios residenciais fechados na forma e na configuração do seu entorno urbano. Os principais resultados indicam que os condomínios residenciais fechados de grande porte ao mesmo tempo em que contribuem para o preenchimento de vazios intraurbanos, estão provocando um crescimento por extensão contínua e descontínua do tecido urbano, repercutindo no espalhamento e na rarefação da mancha urbanizada da RMPA. O estudo também evidenciou que por configurarem barreiras morfológicas não conectadas com a cidade, a presença desses empreendimentos diminui a diversidade dos elementos da forma e do uso do solo urbano, reduz a conectividade do sistema espacial, e aumenta as distâncias entre as atividades urbanas. A análise destacou alguns municípios, como Viamão, Gravataí e Eldorado do Sul, onde grandes parcelas urbanas estão sendo moldadas por CRFs descontínuos ao tecido consolidado, o que tende a repercutir em problemas físico espaciais, pois desarticuladas da cidade, tendem a acentuar a fragmentação, geram grandes áreas homogêneas e de uso privado, de baixa diversidade e de grandes distâncias. Ou seja, parcelas urbanas com baixa adaptabilidade às transformações e mudanças, característica fundamental para cidades resilientes.