A ferro e fogo : os efeitos do aquecimento sobre os diferentes modelos de dietas do século 21

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Adam, Luciana Silvana D’Amore
Orientador(a): Moreira, Jose Claudio Fonseca
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/265880
Resumo: A obesidade é uma condição na qual o indivíduo apresenta excesso de gordura corporal acumulada podendo acarretar prejuízos graves à saúde do mesmo, podendo ter origem individual, socioeconômica ou ambiental. Segundo a organização mundial da saúde (WHO) a obesidade vem aumentando rapidamente em proporções epidêmicas ao redor do mundo, devido principalmente a um aumento no consumo de alimentos altamente calóricos e com pouco valor nutricional em conjunto com um estilo de vida sedentário. A obesidade e a síndrome metabólica associada a ela são, em grande parte, consequências das dietas consumidas atualmente, por exemplo, dietas altamente palatáveis e que contêm grandes proporções de lipídios, proteínas, carboidratos e sal, além de conter baixo conteúdo de fibras. Dentre os diferentes métodos para estudar a síndrome metabólica, os mais utilizados são modelos com animais geneticamente modificados e modelos de síndrome metabólica baseados na dieta ingerida pelos animais, as quais são geralmente baseadas em lipídios e açúcar refinado. Neste tipo de dieta podemos encontrar grande quantidade de produtos finais de glicação avançada (AGEs - advanced glycation end products) e os produtos finais de lipoperoxidação avançada (ALEs - advanced lipid peroxidation end products), os quais podem ser formados em altas temperaturas durante o aquecimento dos alimentos e por esse motivo estão presentes em altos níveis em alimentos ultraprocessados. AGEs estão implicados em diversas vias de sinalização que levam a estados inflamatórios e doenças relacionadas e são conhecidos por promover um desbalanço redox, bem como um quadro pró-inflamatório. Neste trabalho analisamos em ratos os diferentes efeitos de dietas com variações aquecidas e não aquecidas, assim como os processos bioquímicos e comportamentais decorrentes do consumo das mesmas, verificando se o aquecimento pode gerar um índice maior de malefícios para indivíduos submetidos a elas do que os já causados pelas dietas não aquecidas. As dietas utilizadas foram Dieta controle (CHOW), Dieta controle aquecida (HEATED CHOW), Dieta rica em lipídios (HFD), Dieta rica em lipídios aquecida (HEATED HFD), Dieta de cafetería padronizada (WD) e Dieta de cafeteria padronizada aquecida (HEATED WD). Foram analisados parâmetros inflamatórios, atividade de enzimas antioxidantes e de desintoxicação, danos a macromoléculas e alterações comportamentais, além de níveis séricos de leptina, adiponectina, glicose e carboximetil-lisina. A WD levou a um aumento nos níveis de insulina e leptina além do conteúdo de carboximetil-lisina, uma quantificação elevada de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico e de de glutationa s-transferase, enquanto sua versão aquecida obteve menor significância em seus resultados. HFD ocasionou modificações, porém as mesmas foram menores do que aquelas inferidas pela WD, fato aqui discutido principalmente devido ao diferente conteúdo de gordura/açúcar entre as dietas. Nossas descobertas sugerem a validação do modelo de dieta WD como indutor de obesidade em animais e das vias bioquímicas resultantes da doença, independentemente da influência térmica na dieta.