Consumo de alimentos ultraprocessados e fatores associados em crianças de uma unidade básica de saúde de Porto Alegre, RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Sparrenberger, Karen
Orientador(a): Wagner, Mario Bernardes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/107051
Resumo: A prevalência de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis associadas à alimentação tem crescido em ritmo acelerado, chamando atenção para as taxas na população pediátrica. Esse fato está fortemente relacionado, entre outros, a fatores de inversão dos padrões alimentares. O objetivo deste estudo foi avaliar a contribuição dos alimentos ultraprocessados (AUP) na alimentação de crianças pertencentes à área de abrangência de uma Unidade Básica de Saúde e os fatores associados. Realizou-se um estudo transversal com amostra aleatória de crianças de ambos os sexos, entre 2 a 10 anos de idade, pertencentes à área de abrangência de uma Unidade Básica de Saúde no Sul do Brasil. Os dados acerca do consumo alimentar das crianças foram obtidos por meio do Recordatório Alimentar de 24 horas e, posteriormente, classificados em alimentos minimamente processados, ingredientes culinários e ultraprocessados. Um questionário semiestruturado foi aplicado para a coleta das variáveis demográficas, socioeconômicas e antropométricas. O excesso de peso das crianças foi definido através do escore Z > 2 para o Índice de Massa Corporal para idade. A amostra foi constituída por 204 crianças de ambos os sexos, a média geral de idade foi 5,9±2,5 anos. O excesso de peso foi verificado em 34% (IC 95%: 28% a 41%). Em relação ao consumo de energia, em média, as crianças consomem 1672 kcal/dia, sendo que 47% (IC 95%: 45% a 49%) são derivadas dos AUP, além disso, estes produtos demonstram serem ricos em sódio, gorduras totais e trans, e carboidratos. Não foi encontrada associação entre sexo, renda e estado nutricional com o consumo de AUP (p=0,36, p=0,85 e p=0,73, respectivamente). No modelo de regressão linear múltipla, as variáveis escolaridade materna (r=0,23; p=0,001) e idade da criança (r=0,40; p<0,001) foram associadas com maior percentual de contribuição dos AUP na alimentação (R=0,42; p<0,001). Ainda, foi observada uma tendência linear significativa para um maior consumo de AUP quando os dados foram estratificados pelas variáveis idade da criança e escolaridade materna (p<0,001). Os resultados da pesquisa reforçam os achados de um consumo expressivo de AUP pela população infantil. A idade mostrou- se como fator associado mais importante para o consumo destes produtos.