Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Savannah Leitzke |
Orientador(a): |
Nasi, Cíntia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/257318
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Resumo: |
Introdução: A atenção à crise psíquica no contexto de pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas sofreu mudanças paradigmáticas importantes com o advento da Reforma Psiquiátrica. O modelo manicomial de exclusão social, violações de direitos humanos e de controle de corpos dá lugar ao modelo psicossocial de cuidado aos sujeitos, baseado no cuidado com respeito às subjetividades, no âmbito comunitário e em redes de serviços de saúde. Todavia, sobram cicatrizes sociais profundas do modo manicomial na atuação de trabalhadores frente à crise psíquica. Objetivo: Este estudo tem o objetivo de compreender o significado das ações dos trabalhadores no atendimento à pessoa em crise no CAPS AD III. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo, sob a luz do referencial teórico-fenomenológico da fenomenologia social de Alfred Schütz. Esta pesquisa foi realizada em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas, localizado no município de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul. Os participantes do estudo foram selecionados através do método bola de neve e constituíram-se em um total de 14 trabalhadores. A coleta das informações foi realizada por meio de entrevista fenomenológica de forma on-line através da plataforma Google Meet e de forma presencial nas dependências do CAPS AD, nos meses de fevereiro e março de 2022. Os preceitos éticos foram respeitados e o estudo foi aprovado no dia 09 de dezembro de 2021 pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer n.o 5.155.975/CAE 52618321.0.0000.5347. Resultados: A partir da análise das informações emergiram quatro categorias concretas: a compreensão do fenômeno crise; ações dos trabalhadores frente ao fenômeno crise; sentimentos dos trabalhadores no atendimento à crise e intenções dos trabalhadores no atendimento à crise. A partir dos resultados, percebeu-se que a crise é compreendida pelos trabalhadores como um momento de sofrimento agudo, mas que carrega em si um potencial de transformação. As relações sociais existentes referentes a família, questões socioeconômicas e pandemia da COVID-19 influenciam no processo de crise dos sujeitos. As ações dos trabalhadores são focadas no manejo verbal e no vínculo, sendo a contenção mecânica realizada somente como última alternativa para evitar riscos maiores ao usuário como autoagressão e heteroagressão. Sentimentos de angústia e tristeza são evidenciados pelos trabalhadores, durante a contenção mecânica, e frustrações são evidências referentes à ausência do familiar como corresponsável do cuidado. Os trabalhadores têm como expectativa realizar um manejo em que não haja contenção mecânica, em que ocorra a diminuição do sofrimento e, ainda, esperam encontrar significados para a crise. Considerações finais: Percebe-se que fatores ligados ao modelo biologicista, periculosidade, criminalização e estigmatização do usuário são dificultadores do atendimento nos CAPS AD. Avalia-se a educação permanente e a discussão de casos entre os trabalhadores como potência para uma abordagem ampliada referente ao atendimento de crise. Portanto, este estudo auxilia na compreensão por parte dos trabalhadores no que diz respeito à pessoa em crise e contribui para efetivação do cuidado em liberdade e em redes de atenção psicossocial. |