Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Coelho, Gabriel Bandeira |
Orientador(a): |
Almeida, Jalcione Pereira de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/213009
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Resumo: |
O principal objetivo desta pesquisa é o de desvelar as articulações discursivas e as relações agônicas e antagônicas, em busca de poder e hegemonia, nas quais a sociologia ambiental (sociólogos ambientais) tem feito parte, para buscar e consolidar seu espaço político e epistemológico nos Programas de Pós-Graduação Multidisciplinares em Ciências Ambientais (PPGMCA) de excelência (nota 7) no Brasil. Intenciona-se demonstrar como as relações (disciplinares) agônicas e antagônicas em torno de demandas políticas e epistemológicas, cujo objetivo é a busca por hegemonia de determinado campo da discursividade, constituem (formam) um campo discursivo interdisciplinar em ciência ambiental a partir da articulação discursiva da sociologia ambiental nos PPGMCA com outros grupos disciplinares presentes nesses programas. Outra relevante parte desta pesquisa, e que justifica sua importância teórica, é a inserção e a transposição que se propõe dos pressupostos da teoria do discurso de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe à sociologia da ciência. Esta investigação sustenta-se na relação de três grandes bases conceituais: as ciências ambientais, a interdisciplinaridade e a sociologia ambiental. Para tanto, formula-se as seguintes questões que balizam a presente pesquisa: a) qual tem sido o papel exercido pela interdisciplinaridade na relação entre sociólogos ambientais e os PPGMCA? b) quais fatores epistemológicos e políticoinstitucionais têm determinado a inserção e a articulação discursiva da sociologia ambiental e, portanto, dos sociólogos nos PPGMCA? c) qual o papel (político e epistemológico) que a sociologia ambiental tem cumprido nos PPGMCA? d) qual cenário (político e epistemológico) tem se desenhado no tocante à prática da pesquisa sociológica ambiental nos PPGMCA? e) qual cenário político e epistemológico tem se configurado em relação à sociologia ambiental para além do cotidiano de pesquisa nos PPGMCA? Nesse sentido, conclui-se, de modo geral, que embora a sociologia ambiental tenha conquistado significativos espaços políticos e epistemológicos nos PPGMCA, fora destes, especialmente tendo em conta os cargos de coordenação da área de avaliação em ciências ambientais da CAPES, ela não tem logrado atingir o mesmo domínio. Há, de fato, certa hegemonia das ciências ditas mais hard em detrimento das mais soft quando se observa o alto escalão que dirige os cargos de coordenação e que são, por sua vez, importantes espaços de tomada de decisão da área em ciências ambientais no âmbito da CAPES. Portanto, sugere-se que se pense a interdisciplinaridade como um locus político permeado de conflitos e lutas adversariais, agônicas ou até mesmo antagônicas em torno de determinadas demandas, cujo objetivo é a hegemonização, a universalização discursiva de certos nichos disciplinares. Especificamente no caso das ciências ambientais, a principal busca de significado e preenchimento de sentido gira em torno da definição de qual disciplina ou qual conjunto de disciplinas pode melhor entender e explicar a natureza complexa que caracteriza a questão ambiental enquanto objeto científico. Isto é, quais grupos disciplinares vão representar e universalizar as demandas das ciências ambientais e, assim, se apresentarem como aquela que é, em si mesma, a própria ciência ambiental. Esta tentativa de universalização e hegemonia é a mola propulsora para o funcionamento de todo e qualquer campo discursivo, seja ele científico ou não. |