Como ser homens nestes tempos? pedagogias de gênero no manual h

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Guerra, Oscar Ulloa
Orientador(a): Santos, Luís Henrique Sacchi dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/117826
Resumo: O Programa H foi um projeto desenvolvido em 1999 por várias ONGs em diversos contextos da América Latina, Índia, nos Balcãs e em várias localidades da África subsaariana para engajar homens jovens em reflexões sobre masculinidades. Dentre os resultados do Programa H, destaca-se o Manual H (MH), um guia elaborado para orientar o trabalho grupal com homens jovens e que constitui o material de análise desta tese. A partir do seu conteúdo, considero que o MH tem muito a dizer sobre as masculinidades e as relações de gênero e desempenha uma função educativa na medida em que ensina como ser homens. O manual, segundo determinados sistemas de julgamento e interesses, desaprova alguns comportamentos (violência, não participação do cuidado dos filhos/as, não se cuidar, não utilizar os serviços de saúde) e valoriza outros (cuidar de si e de outras pessoas, usar o diálogo e a negociação ao invés da violência, assumir a paternidade), definindo e avaliando modos de ser homens, senão melhores, pelo menos mais adequados, exercendo uma pedagogia de gênero, uma pedagogia de masculinidade. Nessa direção, pareceme potencialmente interessante discutir questões sobre gênero, educação, masculinidades e poder na contemporaneidade a partir da análise do MH. Para tanto, proponho como objetivo examinar as pedagogias de gênero do MH voltadas ao público masculino a partir da questão central desta tese: como o MH investe pedagogicamente para produzir mudanças, segundo um dado entendimento de gênero pautado numa agenda feminista, que visa a transformar determinados comportamentos em outros? No estudo, resgato algumas contribuições teóricas dos estudos culturais e de gênero que considero relevantes para as análises empreendidas. A análise documental constituiu a ferramenta principal que possibilitou a problematização do Manual H, permitindo analisar os questionamentos, propostas e paradoxos do material que assinalam a internacionalização do imperativo de produzir mudanças nos comportamentos e práticas nos homens, parecendo privilegiar uma masculinidade e paternidade transnacionais, reiterando a heteronormatividade e ignorando as particularidades dos contextos culturais.