Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Moura, Sandra Regina de |
Orientador(a): |
Icle, Gilberto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/168790
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Resumo: |
Neste trabalho investigativo, me propus a analisar as possíveis afetações que o acolhimento de licenciandas por ocasião do estágio curricular obrigatório provoca na constituição das identidades docentes de educadoras titulares. Trata-se de uma pesquisa qualitativa desenvolvida desde um delineamento de estudo de caso que incorporou a técnica de geração de dados com grupo focal por meio de que entrevistei quatro educadoras de uma escola da rede pública municipal de ensino localizada em Porto Alegre/RS, instituindo relações de coerência com a análise de discurso francesa Pecheuxtiana. Conquanto Michel Pêcheux seja o principal referencial de que me subsidiei no trabalho com os sentidos que reverberam nas falas das educadoras, destaco que, para versar especificamente sobre a temática investigada – estágio e identidades docentes, estudei concepções abordadas por Maurice Tardif e Danielle Raymond, Antonio Nóvoa, Selma Garrido Pimenta e Maria Socorro Lima. O corpus analítico foi composto por depoimentos de educadoras que acolhem estagiário(a)s em suas turmas. Sobre eles produzi gestos de interpretação a partir dos quais foram evidenciadas identificações com redes de memórias que me levaram a surpreender efeitos de sentidos variados de: dissociação entre teoria e prática; estágio como prática; hierarquia entre saberes e sujeitos; estágio como tempo de aprendizagem e parceria; solidariedade entre sujeitos e saberes; educador como pesquisador; temporalidade; valorização exclusiva do saber experiencial; encontro entre saberes docentes; humildade; e educação como paixão, vinculados a uma Formação Discursiva Pedagógica heterogênea com posições de sujeito em confronto deslizando da posição-sujeito professor conservador para a posição-sujeito professor emergente. Efeitos de sentido que aludem a uma crítica às universidades relacionada à dissociação entre teoria e prática de que resultaria a secundarização dos saberes acadêmicos na escola. O estágio curricular obrigatório desponta como espaço de permuta de conhecimento, formação colaborativa e solidária que valoriza e acolhe o “saber fazer” emanado do saber experiencial alimentado por uma posição de humildade das professoras titulares frente à inovação trazida pelas estagiárias. Nos discursos docentes, o estágio é associado a efeitos de sentidos de reflexão na ação, prática refletida, práxis. Soma-se a isso a percepção de que, no dizer das educadoras, a movência de posições-sujeito e de sentidos aponta para modos de se pensar e se fazer docentes em função de experiências que, neste trabalho, significam o estágio como acontecimento justamente por implicar na atualização de memórias discursivas do campo da educação que acomodam novos olhares relativamente aos modos de se fazer e ser educador. Ademais, barganhando reconhecimento para dinâmicas interativas e reflexivas que despontam do acolhimento de estagiárias em suas turmas, as professoras regentes pedem espaço de escuta ao “saber”, “saber ser” e “saber fazer” do docente que está na escola como representante de caminhos talvez ainda não suficientemente legitimados pela academia. Compreendendo o estágio como fase dinâmica que viabiliza a interlocução entre a escola e espaços de formação docente como a universidade, as educadoras reiteram compromissos e responsabilidade profissional firmada com a educação e destacam a necessidade de serem repensadas as formas de aproximação entre espaços escolares e espaços universitários. |