Por um vir a ser : o gesto espontâneo e o berçário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Betina Czermainski de
Orientador(a): Silva, Milena da Rosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/221556
Resumo: A partir da concepção de que a educação infantil tem um papel importante no processo de constituição psíquica dos bebês, realizo o acompanhamento dos bebês que frequentam uma turma de berçário. Emana de tal experiência um questionamento sobre a concepção de gesto espontâneo e a criatividade. Assim, minha proposta de trabalho foi investigar sobre a concepção de um viver criativo e em que condições ele pode se dar nesse contexto, tendo Winnicott como autor central. Me perguntei de que forma se dão e se as práticas de cuidado, assim como os momentos voltados para o brincar, favorecem o viver criativo dos bebês, tendo em vista que passam grande parte dos seus dias naquele local. Esta pesquisa se insere em um projeto de pesquisa e extensão que tem como base a metodologia IRDI (Kupfer et al., 2012), uma estratégia de acompanhamento e de promoção de saúde mental. O registro deste acompanhamento foi pensado em três tempos: 1º tempo – tempo da experiência, 2º tempo – escrita do diário clínico e 3º tempo – composição do relato clínico. Tais escritos se constituíram como parte importante da própria intervenção. Foram tomados como material diários clínicos, fichas de avaliação dos bebês e filmagens, e a análise do material encontra como referência metodológica a estratégia clínico-interpretativa (Dockhorn e Macedo, 2015). Foram estabelecidos três eixos interpretativos, o primeiro versa sobre o (não-)reconhecimento do gesto espontâneo neste contexto, o segundo aborda a fala e a comunicação, e no terceiro me coloco a pensar sobre questões que atravessam a experiência das educadoras, primeiramente considerando a psicodinâmica do trabalho e então observando traços do laço social. Evidencio como a naturalização do papel da educadora/mulher/mãe/cuidadora é algo que permeia nossa cultura, e estes papéis se confundem também devido a uma crise dos cuidados que estamos vivendo, colocando a educadora em uma situação de precariedade em relação ao seu papel social. Por fim saliento a importância da escuta e do reconhecimento das educadoras para a sustentação que exercem para o bebê.