Ensaios sobre a dinâmica da produtividade do trabalho brasileira : uma análise de seus determinantes, seu impacto na heterogeneidade setorial e regional, e sua trajetória de Falling-behind

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Souza, Thais Andreia Araujo de
Orientador(a): Dathein, Ricardo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/258835
Resumo: O Brasil possui problemas acentuados em sua estrutura produtiva há mais de quarenta anos, o que é evidenciado pela estagnação da produtividade do trabalhador. Em 2019, seu nível foi apenas ligeiramente superior ao de 1980. Esse problema é um entrave para o desenvolvimento econômico do país, tornando-se necessário superá-lo para o fomento da economia brasileira. Desse modo, é necessário, primeiramente, entender mais profundamente as características da produtividade do trabalho, e esse é o objetivo desta pesquisa. O propósito é levantar e estudar as causas e consequências da dinâmica da produtividade, a fim de responder se a economia brasileira se encontra em um círculo vicioso produtivo. Para isso, esta tese foi dividida em três ensaios. No primeiro ensaio, buscou-se realizar um estudo sobre os determinantes da produtividade, com análise focada na interpretação de diferentes teorias. Empiricamente, os determinantes foram classificados em dois grupos, determinantes pelo lado da oferta e pelo lado da demanda. Uma vez identificados os fatores, eles foram testados com o auxílio da econometria, pelo método de painel dinâmico. Dentre os resultados, identificou-se que um dos principais contribuintes para a estagnação da produtividade foi a baixa demanda. No segundo ensaio, foram estudados os níveis de produtividade nas unidades federativas brasileiras, analisando o nível agregado, a indústria geral e a indústria de transformação. O objetivo foi identificar a trajetória da heterogeneidade estrutural e regional, bem como o distanciamento tecnológico da fronteira internacional, características da economia brasileira, e relacioná-las com a produtividade. Essa relação foi efetuada empiricamente com o auxílio da análise exploratória de dados espaciais (AEDE), bem como o método de painel dinâmico-espacial. Os resultados evidenciaram uma tendência de convergência espúria nos níveis de produtividade internos ao Brasil. Além disso, também se identificou que a produtividade do trabalho influencia no aumento da brecha interna, e esta também tem impacto no desempenho da brecha externa. No terceiro ensaio, foi realizada uma comparação da trajetória da produtividade brasileira com a sul-coreana, a partir de 1990. O objetivo foi analisar o contexto de decisões de políticas econômicas que levou ambas as economias a apresentarem tendências tão distintas, quando na década de 1970 suas estruturas produtivas não eram tão dissimilares. Essa pesquisa contou com o auxílio de dois métodos de decomposição do crescimento da produtividade, os quais mostraram que a Coreia do Sul conseguiu absorver a mudança tecnológica, aumentando a eficiência interna produtiva aos setores e diminuindo a brecha tecnológica em relação à fronteira internacional. O Brasil, por outro lado, seguiu uma trajetória de afastamento da fronteira. Portanto, é possível observar por meio dos resultados que o Brasil está preso em um círculo vicioso que teve início com a falta de inserção no paradigma tecno-econômico das tecnologias de informação e conhecimento. Essa falta de inserção resultou no aumento da brecha tecnológica, o que influenciou na baixa demanda pelos produtos domésticos, afetando a produtividade do trabalho e mantendo-a estagnada. Além disso, o nível de produtividade leva ao aumento da brecha interna, o que reforça a expansão da brecha externa e reinicia o ciclo. Dessa forma, é necessário sair desse círculo vicioso, o que só pode ser alcançado por meio de esforços dos formuladores de políticas econômicas para restabelecer o planejamento e execução de políticas industriais e inovativas.