Utilização versus desperdício de vacinas na região metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Mai, Scheila
Orientador(a): Rosa, Roger dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/189220
Resumo: Introdução: A imunização é um componente essencial do direito humano à saúde, reconhecida mundialmente como uma das intervenções mais efetivas de prevenção de doenças e na redução da mortalidade de milhões de crianças. Entretanto, o sucesso de um programa de imunização depende de suprimento adequado de vacinas, da determinação de estoques satisfatórios e da redução de desperdícios. Objetivo: Analisar a utilização e o desperdício de vacinas de frascos multidose e monodose na Região Metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no período de 2015 a 2017. Métodos: Estudo epidemiológico, ecológico, retrospectivo, de cunho descritivo e análise quantitativa, realizado a partir de dados secundários do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) e do Sistema de Informação de Insumos Estratégicos (SIES). Para os cálculos de desperdício utilizaram-se formulas sugeridas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os resultados foram apresentados em intervalos de confiança de 95%. Resultados: Foram analisadas nove vacinas, das quais cinco foram com apresentação multidose, três monodose e uma com ambas as apresentações. A taxa média de desperdício foi de 45,8% (IC95% 39,5-51,7) e a de utilização foi 54,2% (IC95% 48,3-60,5). As vacinas com maior taxa média anual de desperdício foram a Tríplice Viral (68,8%; IC95% 66,5-71,1), BCG (68,1%; IC95% 65,4-70,7), Hepatite B (56,4%; IC95% 53-59,7) e Febre Amarela (55,9%; IC95% 51,4-60,4). Em relação a apresentação do frasco de vacinas, para as multidoses o desperdício foi de 56,7%, enquanto para as monodose 29,1%. Das vacinas liofilizadas, 65,8% foram desperdiçadas enquanto das vacinas líquidas, 44,4%. O estudo revelou um desperdício de 2.886.039 doses, o que representou aproximadamente R$ 10,5 milhões no triênio. As vacinas multidose apresentaram um desperdício anual médio de R$1.079.143, o que representa um valor quatro vezes maior que o aceitável pela OMS. Já para as vacinas monodose o desperdício foi de R$ 1.298.159, valor vinte vezes maior que o aceitável pela OMS. Conclusão/Considerações finais: As taxas de desperdício excederam o limite aceitável da OMS para todas as vacinas analisadas. Como há subfinanciamento do sistema público de saúde, os resultados podem orientar e subsidiar as políticas de vacinação na redução dos custos associados e no aumento da disponibilidade. É preciso avançar na qualificação dos sistemas de informação e na divulgação de dados sobre o assunto. Ainda, recomenda-se a realização de estudos que identifiquem as causas do desperdício de vacinas para que sejam possíveis ações efetivas para sua redução que, em última instância, representam recursos públicos.