Mortalidade materna no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, no período de 1999 a 2008

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Carreno, Ioná
Orientador(a): Bonilha, Ana Lúcia de Lourenzi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/55150
Resumo: A mortalidade materna representa um evento de grande magnitude e transcendência que impacta negativamente à saúde no Brasil e no mundo. Integra o campo dos direitos humanos, sexuais e reprodutivos. Este estudo teve como objetivo geral caracterizar as razões de mortalidade materna no Estado do Rio Grande do Sul, entre o período de 1999 a 2008. Entre os objetivos específicos, a análise da RMM e RMME para as variáveis sociodemográficas, período de ocorrência e causa obstétrica do RS e das sete macrorregiões do Estado, no mesmo período; a distribuição espacial da RMM nos anos de 1999, 2003 e 2008 do RS nas macrorregiões e a verificação da mortalidade materna a partir do Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento no RS. O estudo é do tipo ecológico, série temporal de agregado humano. A população foi de 845 óbitos maternos em mulheres entre 10 e 49 anos, ocorridos no Estado do RS no período de 1999 a 2008. As variáveis foram coletadas do SIM e do SINASC e, a partir deles, foram calculadas as RMM e as RMME, sendo analisadas por meio de regressão de Poisson com seus intervalos de confiança de 95%; no modelo de regressão, o ano foi usado como variável explicativa. Foram apresentados os valores do exponencial dos coeficientes, que mostram a variação nas razões de mortalidade materna no período analisado, juntamente com os seus respectivos intervalos de confiança de 95% e o valor-P do teste de Wald. Foram elaborados gráficos para análise de tendência, utilizando médias móveis da RMM para o Estado do RS. A distribuição espacial foi por meio da visualização da mortalidade materna nas macrorregiões do Estado do RS, nos anos de 1999, 2003 e 2008. Os principais resultados mostraram que a morte materna no Estado manteve-se com pouca oscilação nos dez anos de estudo e com valores acima do preconizado pela OMS. As macrorregiões identificadas com maiores valores da RMM são a Centro-Oeste, Norte e Serra. As características para morte materna são de mulheres acima de 30 anos de idade, com baixa escolaridade, menos de três anos de estudo e de cor/raça branca. Entre as características obstétricas do óbito, observou-se que no período da gestação/parto/aborto até 42 dias encontrou-se o maior período de risco, assim como as causas obstétricas diretas são a maioria. E, entre estas causas, a hipertensão arterial e a hemorragia estão entre os principais motivos de óbito materno no RS. Portanto, este estudo mostrou um panorama da saúde materna no Estado do RS e de suas macrorregiões, ficando claro que ao longo dos anos deste estudo não houve melhora do indicador, indicando que as políticas públicas, como PHPN, não impactaram na saúde materna e reprodutiva das mulheres. Esses resultados nos remetem a repensar o sistema e o atendimento de saúde da mulher, especialmente na atenção ao pré-natal. A morte materna é um evento que não pode esperar; a proteção da vida das mulheres em idade reprodutiva é um dever do Estado e uma obrigação dos profissionais que atendem essas mulheres.