Efeitos da administração de uma fração antioxidante de Schinus terebinthifolius sobre parâmetros nociceptivos e de estresse oxidativo em sistema nervoso central de ratos submetidos a um modelo de dor neuropática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Scheid, Taina
Orientador(a): Partata, Wania Aparecida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/101642
Resumo: O tratamento da dor neuropática, uma condição clínica que resulta de lesão ao sistema somatossensorial, é ainda um grande desafio. O envolvimento das espécies reativas de oxigênio e nitrogênio (ERONs) na fisiopatologia desta dor aponta para o potencial de moléculas antioxidantes como novas abordagens terapêuticas. Schinus terebinthifolius é uma planta tradicionalmente usada no tratamento de condições dolorosas e seus extratos apresentam variados compostos fenólicos, moléculas com potencial antioxidante. Assim, o presente estudo teve como objetivos, primeiramente, determinar o potencial antioxidante de diferentes frações obtidas das folhas de Schinus terebinthifolius, a fim de selecionar aquela com melhor desempenho antioxidante. Para isso foram medidos o potencial reativo antioxidante total (TRAP) e as atividades sequestradoras dos radicais DPPH (2,2-difenil-1- picril-hidrazila) e hidroxil das frações hexano (HeF), diclorometano (DcF), acetato de etila (EtF) e metanol (MeF). Também foi realizada uma triagem fitoquímica destas frações, por cromatrografia em camada delgada (CCD), e a medida da concentração de fenóis totais. Após, a fração selecionada, MeF, foi diluída em solução salina e administrada intraperitonealmente (20 mg/kg, 10 dias) em ratos com lesão nervosa por compressão do nervo isquiático (CCI), um modelo de dor neuropática, e lesão tecidual pelo isolamento desse nervo (sham), para avaliação de seus efeitos sobre a sensibilidade mecânica e térmica, e sobre a atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), glutationa peroxidase (GPx) e glutationa transferase (GST), e as concentrações de ácido ascórbico (AA), tióis totais (T-SH), peróxido de hidrogênio e hidroperóxidos lipídicos (LPO), na medula espinal lombossacral e todo o córtex cerebral. Ainda, foram avaliados possíveis efeitos desta fração sobre comportamentos locomotores e do tipo ansiedade (teste do campo aberto e labirinto em cruz elevado), e sobre as enzimas aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT), -glutamil transpeptidase (GGT) e bilirrubina e suas frações, além da massa corporal, em ratos sem qualquer intervenção cirúrgica. A CCI induziu o desenvolvimento de hiperalgesia térmica e mecânica nos ratos tratados com salina, e a administração de MeF preveniu estes eventos. Diferentes parâmetros de estresse oxidativo apresentaram-se alterados na medula espinal e córtex cerebral dos animais com lesão CCI e sham, e a administração de MeF foi capaz de modificar alguns destes parâmetros, particularmente nos animais sham aos três dias. Em relação aos possíveis efeitos adversos da administração de MeF, não foram observadas diferenças significativas nos comportamentos locomotores e do tipo ansiedade, nos parâmetros plasmáticos e na massa corporal. Estes resultados demonstram que a MeF de Schinus terebinthifolius possui propriedades antinociceptivas e é capaz de alterar parâmetros de estresse oxidativo no SNC em animais sham e CCI. Possivelmente estes, e outros mecanismos relacionados à atividade anti-inflamatória já descrita para componentes de Schinus terebinthifolius, estejam contribuindo para a ação antinociceptiva da fração. Assim, considerando este potencial e a ausência de efeitos adversos sobre os parâmetros estudados, a MeF pode ser um candidato no tratamento para condições dolorosas.