Globalização e comida : uma análise microssociológica da relação global/local na alimentação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Fonseca, Marcelo Jacques
Orientador(a): Rossi, Carlos Alberto Vargas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/49167
Resumo: Este trabalho tem o propósito de compreender uma atividade de consumo pelas lentes da globalização. Em específico, volta-se às práticas de alimentação doméstica e à maneira como esta reage a processos globalizadores. O foco pretendido decorre da crença de que é pertinente se falar a respeito de comida a partir do domínio discursivo do “global”, assumindo-se que muitas das mudanças que ocorrem nas práticas de alimentação estão de alguma forma relacionadas aos movimentos da globalização. Conforme destacam Ger e Belk (1996, p. 295), “a dialética entre globalização e localização não pode ser compreendida a menos que se conheça a forma como o local experimenta essa dialética”, ou seja, a maneira como as forças globais e locais são sentidas no dia-a-dia das pessoas. Para tanto, optou-se por uma perspectiva microssociológica a partir do estudo de oito famílias pelo período de nove meses. O método empregado seguiu a tradição interpretativa da pesquisa do consumidor (i.e. THOMPSON et al., 1989; ARNOULD, 1998) e é inspirado tanto na etnografia quanto na fenomenologia. Diversos procedimentos de coleta e produção de dados foram aplicados, envolvendo observações, entrevistas em profundidade, entrevistas autodirigidas com imagens, diários de alimentação e análise de fotografias. Apesar de haver teses mais alarmistas acerca da homogeneização dos hábitos alimentares, os resultados aqui apresentados indicam que a globalização proporciona recursos simbólicos para que diferentes significados sejam produzidos e negociados no dia a dia do jantar doméstico. Processos globalizadores penetram nesses jantares e são incorporados principalmente via processos de apropriação e creolização, sem necessariamente ameaçar práticas mais arraigadas relacionadas às famílias de origem e à cultura local.