Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Souza, Rosenir Korpalski de |
Orientador(a): |
Flores, Cristina |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/254362
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Resumo: |
A Doença de Crohn (DC) é uma condição inflamatória crônica oriunda da predisposição genética e fatores ambientais associados a uma desregulação do sistema imune. A plausibilidade biológica faz com que esperemos que os pacientes com DC tenham emagrecimento e desnutrição tanto pelo aumento do consumo energético secundário ao processo inflamatório quanto por possíveis alterações absortivas. Apesar de haver evidências científicas para que estes pacientes apresentem baixo peso, atualmente se observa um número significativo de pacientes com sobrepeso e obesidade, sendo este um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA) na população em geral. A DHGNA é caracterizada pelo acúmulo de gordura nos hepatócitos e pode progredir para esteato-hepatite, cirrose e carcinoma hepatocelular. Alguns autores relatam uma prevalência maior de DHGNA em pacientes com DC se comparado à população em geral. No entanto, os mecanismos pelos quais a DHGNA e a DC se relacionam são pouco conhecidos, sugerindo que as Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) possuem fatores de risco independentes para DHGNA. Nosso objetivo foi avaliar a prevalência e os fatores de risco para DHGNA em pacientes com DC. Material e métodos: estudo prospectivo que avaliou sequencialmente os pacientes com DC em acompanhamento no ambulatório de Doenças Inflamatórias Intestinais do Hospital de Clínicas de Porto Alegre entre julho de 2021 e maio de 2022. Foram coletados os dados relacionados às características clínicas da DC, medicações de uso prévio e atual, doenças pré-existentes, exames bioquímicos, óxido de trimetilamina (TMAO) plasmático, dados antropométricos e ingestão alimentar. O diagnóstico e classificação da DHGNA foi feito através de ultrassonografia (US) de abdômen superior. Resultados: 103 pacientes com DC e idade média de 45,2±15,0 2 anos, sendo 35,9% (n=37) do sexo masculino. A prevalência de DHGNA foi de 40,8% (n=42). Entre os pacientes com este diagnóstico, 42,9% (n=18) tinham hipertensão arterial sistêmica (HAS) (p<0,001), 11,9% (n=5) tinham dislipidemia (p=0,040) e 19% (n=8) tinham diabetes (DM) (p=0,009). O excesso de peso esteve presente em 62,1% da amostra (p<0,001). O tempo médio de diagnóstico da DC foi de 12,3 anos e 77,7% da amostra estava em remissão da DC. Em análise univariada não foram observadas diferenças estatísticas entre idade, sexo, características e atividade da DC, tratamento prévio ou atual para DC e ingestão alimentar com DHGNA. A presença de comorbidades como HAS, DM e dislipidemia, marcadores antropométricos como índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal (CA), diâmetro abdominal sagital (DAS), resultados laboratoriais como proteína C reativa (PCR), triglicerídeos (TG) e enzimas hepáticas alanina aminotransferase (ALT), gama glutamiltransferase (GGT) e fosfatase alcalina foram positivamente associados com o diagnóstico de DHGNA. Os níveis plasmáticos de TMAO não demonstraram relação com a presença de DHGNA e com a atividade da DC, mas se correlacionaram com o DAS (p 0,047). Após o ajuste pelo modelo multivariado, as variáveis que permaneceram estatisticamente associadas com a DHGNA foram: HAS (p=0,046), DM (p=0,017), DC ativa (p=0,023), sobrepeso (p=0,025) e obesidade (p<0,001). A presença de DHGNA nesta amostra esteve relacionada aos fatores de risco metabólicos semelhantes para a população em geral (hipertensão arterial sistêmica, diabetes, dislipidemia, sobrepeso e obesidade). As características da DC e os níveis plasmáticos de TMAO não demonstraram relação com a presença de DHGNA. Ao contrário do que se poderia esperar a atividade da DC apresentou correlação positiva com a DHGNA. |