Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Souza, Juliane Marques de |
Orientador(a): |
Dal Soglio, Fabio Kessler |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/18322
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Resumo: |
A agricultura alternativa, nas suas diversas correntes, está conquistando, cada vez mais, a confiança dos agricultores e, por conseguinte, um importante espaço nos debates acadêmicos. A cada ano é crescente o número de famílias que vêm transformando seu sistema de produção agrícola convencional em outro alternativo. Está também, no centro dessa discussão, o fato de que as relações estabelecidas entre o homem e o ambiente, nos últimos anos, têm sido completamente fragmentadas, sendo a natureza tratada como algo à parte do mundo social, construído, humano. Nesse sentido, algumas correntes da agricultura alternativa têm, dentre seus pressupostos, o objetivo de reduzir os impactos socioambientais gerados pelo modelo produtivista dominante, bem como fortalecer o reconhecimento dos seres humanos enquanto pertencentes ao ambiente. Contudo, as motivações que levam os agricultores a optar pela transição são as mais variadas, podendo ser tanto a intenção de promover uma mudança socioambiental partindo de uma concepção mais sistêmica do ambiente, como ver na agricultura alternativa um novo nicho de mercado, pensando, unicamente, no produto. Utilizando-se, portanto, o que é proposto no arcabouço teórico-metodológico da Perspectiva Orientada pelo Ator, tem-se visto que essas manifestações, tais como as que se mostram através da agricultura alternativa, são extremamente heterogêneas e passam por diferentes estratégias adotadas pelos atores sociais. Essas estratégias, por sua vez, são construídas a partir de diversos elementos, como interesses, critérios, experiências, perspectivas e percepções. Esta última é considerada um primeiro acesso às atitudes, aos valores e às visões de mundo dos sujeitos perceptivos, estando, portanto, fortemente vinculadas à conduta. Com o objetivo de apreender qual a percepção ambiental dos agricultores que realizaram a transição da agricultura convencional para alternativa, e aqui especificamente, para uma agricultura de base ecológica, e verificar de que maneira essas percepções se manifestam no cotidiano e nas práticas dessas famílias, iniciou-se uma pesquisa de campo com os agricultores vinculados à Cooperativa de Citricultores Ecológicos do Vale do Caí (ECOCITRUS). Para isso, utilizou-se, como ferramenta analítica, o estudo das percepções ambientais. Como técnicas de coletas de dados fez-se uso das entrevistas semiestruturadas, da associação livre de palavras, da observação não-participante e do diário de campo, sendo as três últimas tratadas como técnicas complementares. A partir da análise dos dados coletados pôde-se concluir que são diversas as percepções ambientais dos agricultores ecológicos da ECOCITRUS, as quais vão desde aquelas mais sistêmicas às mais antropocêntricas. Não obstante, essas percepções organizam-se em tendências, uma vez que compartilham algumas características. Conclui-se também que essas percepções se traduzem nas diferentes estratégias adotadas pelos atores sociais, mesmo diante de condições estruturais semelhantes. Essas estratégias manifestam-se, contudo, nas práticas que não estão vinculadas à produção ecológica de citros, chegando a ser, em alguns casos, completamente antagônicas às propostas da agricultura de base ecológica. |