Juventude e utopia : construções possíveis na contemporaneidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Goldmeier, Paula
Orientador(a): Sousa, Edson Luiz Andre de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/17621
Resumo: Esta pesquisa se propõe a analisar o contexto da juventude infratora na contemporaneidade, especialmente a brasileira e as possibilidades de intervenção e produção de utopias, buscando despertar para a necessidade de uma maior implicação política dos poderes públicos, saberes técnicos e demais setores da sociedade no combate à violência com que somos todos cotidianamente confrontados. Direcionada pela obra do filósofo alemão Ernst Bloch, tomo o conceito de utopia como vontade de criação de diferença, de negação e questionamento daquilo que se toma como natural. Assim, recusamos a idéia de que a infração juvenil seja um desvio de âmbito meramente individual ou pertencente às classificações de distúrbios de personalidade. Entendemos tal forma de violência como um fenômeno social historicamente produzido. A análise sobre os elementos político-sociais que compõem tal quadro, assim como sobre os saberes e as práticas profissionais dirigidos aos jovens ditos delinqüentes será orientada por conceitos de autores como Foucault, Deleuze, Guattari, entre outros. Pretende-se também refletir sobre como o referencial psicanalítico a partir da obra de Freud e leituras atuais pode se aliar ao ideal utópico de esburacamento do instituído e propor novos olhares e lugares de escuta para os conflitos e as potências da juventude. O projeto de extensão universitária "Abrindo Caminhos", realizado na Procuradoria da República do RS, será o campo de pesquisa para analisar como se dão os encontros entre os saberes técnicos institídos e os jovens em conflito com a lei e quais são os tensionamentos surgidos a partir daí em todos os envolvidos no projeto. Junto a esta exposição, apresentaremos outro projeto que se encontra com o Abrindo Caminhos e compõe mais um território utópico. Nos dois casos, é feita a tentativa de uma costura com a reflexão psicanalítica na aposta de que esta possa entrar como catalisadora de utopias, ou seja, como potencializadora de movimentos que escapem à lógica dominante de produção de verdades e modos de subjetivação e abra caminhos para novos possíveis, tanto para os jovens como para as práticas profissionais envolvidas com a questão da violência.