Associação entre a duração do aleitamento materno e o comportamento alimentar na primeira infância : coorte IVAPSA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ergang, Bárbara Cristina
Orientador(a): Bernardi, Juliana Rombaldi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/207445
Resumo: Introdução: A Organização Mundial da Saúde recomenda que a amamentação exclusiva seja mantida até o sexto mês de vida e complementada até o segundo ano ou mais, baseada nas evidências científicas que apresentam os benefícios do aleitamento materno. Segundo estudos epidemiológicos, o aleitamento parece influenciar as preferências alimentares, elementos importantes do comportamento alimentar. É caracterizado como um comportamento complexo, correspondendo à maneira como um indivíduo se relaciona com a alimentação, formado por uma rede multifacetada de influências genéticas e ambientais que – quando disfuncionais – conseguem provocar prejuízos à saúde. Este estudo teve como objetivo investigar a prática do aleitamento materno como um fator influenciador do comportamento alimentar infantil. Métodos: Estudo observacional longitudinal, composto por duplas mãe-filho, recrutadas em hospitais públicos de Porto Alegre, de 2011-2016 e reavaliadas em 2017-2019. Os dados sobre aleitamento materno foram coletados na primeira etapa do estudo. O comportamento alimentar foi avaliado entre os três a cinco anos de idade, por meio do protocolo Children’s Eating Behaviour Questionnaire. Esse é divido em oito subescalas e agrupa esses estilos alimentares em interesse e desinteresse por comida, sendo que o interesse está associado ao excesso de peso/obesidade, e o desinteresse por comida à seletividade alimentar. Resultados: Participaram das análises 107 duplas mãe-filho. Não foram encontradas diferenças significativas entre as características maternas dos sujeitos que participaram ou não da segunda fase. Em relação à amostra infantil, 56,1% (n = 60) eram do gênero feminino e 52,3% (n = 56) tinham cinco anos de idade. Dos participantes, 98,1% (n = 105) foram amamentados nos primeiros dias de vida, com duração mediana de 420 dias (14 meses); entretanto, 46,7% (n = 50) receberam fórmula infantil em algum momento do primeiro semestre. Houve correlação positiva significativa nas subescalas resposta à comida (p = 0,043), sobreingestão emocional (p = 0,038) e desejo de beber (p = 0,044) e o estado nutricional atual da criança. Houve associação significativa entre menor pontuação no domínio de “interesse por comida”, do comportamento alimentar, e a duração de aleitamento materno total maior de seis meses (p = 0,033), bem como com a duração do aleitamento materno exclusivo maior do que três meses (p = 0,001). Com o uso de modelo de regressão 8 linear, confirmou-se a relação entre a duração da amamentação e o escore do domínio após os ajustes para variáveis como gênero, renda, número de gestações, idade e índice de massa corporal da criança. Observou-se que o aumento de um dia no aleitamento materno total e no aleitamento materno exclusivo foi associado a uma diminuição no escore total do domínio de “interesse por comida” de -0,044 ([IC 95%: -0,08; -0,01]; p = 0,027 e [IC 95%: -0,08; -0,01]; p = 0,010, respectivamente). Conclusão: A duração do aleitamento materno total e exclusivo está relacionada com o comportamento alimentar infantil à proporção que um maior período de aleitamento constitui um fator protetor contra atitudes que refletem “interesse por comida”.