Maternidade e HIV : retenção e adesão ao tratamento da gestação ao terceiro mês do bebê

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Medeiros, Fernanda Borges de
Orientador(a): Piccinini, Cesar Augusto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
HIV
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/218072
Resumo: O objetivo geral do presente estudo foi investigar a retenção ao tratamento de HIV e a adesão à medicação antirretroviral no contexto da maternidade: da gestação ao terceiro mês de vida do bebê. Para tanto, foram realizados dois estudos. O Estudo 1 teve o objetivo de investigar a retenção ao tratamento de HIV e a adesão à medicação antirretroviral de mulheres nos primeiros três meses após o parto. Através de uma abordagem quantitativa, se examinou os fatores sociodemográficos, clínicos e psicossociais que afetam a retenção ao tratamento de HIV e a adesão à medicação antirretroviral em mulheres no período após o parto. Participaram 56 mulheres vivendo com HIV, com idades entre 18 e 43 anos. A grande maioria era branca, com baixa escolaridade e casada. A maioria foi diagnosticada antes da gestação atual, e muitas já tinham vivenciado outra gestação com HIV. Os resultados encontrados apoiaram a expectativa inicial de que as mulheres que percebiam maior apoio social apresentariam maiores taxas de retenção após o parto, e que aquelas com carga viral detectável na gestação mais frequentemente não apresentariam adesão após o parto. Já, o Estudo 2, investigou qualitativamente os fatores que favorecem ou dificultam a retenção e a adesão ao tratamento tanto na gestação como no pós-parto. Utilizando uma abordagem de estudo de casos, investigou, em particular, os sentimentos e percepções das mulheres em relação ao seu diagnóstico, seu próprio tratamento e frente ao tratamento preventivo do bebê. Participaram 3 mulheres, com idades entre 21 e 31 anos, que já tinham filhos e eram casadas com parceiros vivendo com HIV. Os resultados encontrados apoiaram a expectativa inicial de que dificuldades para lidar com o próprio diagnóstico afetariam a continuidade do tratamento, e de que aquelas com maior tempo de diagnóstico da infecção pelo HIV apresentariam uma melhor compreensão sobre os benefícios da continuidade do tratamento para sua saúde, facilitando sua retenção e adesão. Juntos, os achados demonstraram que as consultas do prénatal, consultas pediátricas e demais atendimentos no parto e nos três meses de vida do bebê são momentos oportunos para escuta, incentivo e acesso a informações. Destaca-se o relevante papel das atitudes dos profissionais de saúde, inclusive quanto ao apoio emocional, respeito a confidencialidade e direitos reprodutivos destas mulheres.