Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Peres, Letícia Pangendler |
Orientador(a): |
Cestari, Tania Ferreira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/156562
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Resumo: |
Introdução: A psoríase é uma doença de caráter crônico e bastante prevalente. O prurido associado a ela é um sintoma muito frequente e de difícil controle, podendo trazer sérios prejuízos na qualidade de vida dos pacientes. Estudos prévios demonstraram o aumento na quantificação de mastócitos em lesões de psoríase, porém a associação entre a quantidade células mastocitárias e a intensidade do prurido na psoríase nunca foi avaliada. Objetivo: Avaliar a associação entre a quantificação de mastócitos em lesões de psoríase e a intensidade do prurido apresentado pelos portadores dessa dermatose. Pacientes e Métodos: Foram avaliados 29 pacientes com diagnóstico clínico de psoríase em placas, atendidos no ambulatório de Dermatologia do HCPA. Todos os participantes tiveram suas lesões quantificadas pelos índices PASI (Psoriasis Area and Severity Index) e BSA (Body Surface Area) e responderam a dois questionários: um para definição do impacto da psoríase na qualidade de vida, através do DLQI (Dermatology Life Quality Index), e outro com informações clínicas. A intensidade do prurido foi aferida através de uma escala análogo visual (EAV) e obtida uma biópsia de pele para a quantificação dos mastócitos. A contagem dos mastócitos foi realizada através das colorações Giemsa e imunohistoquímica (IHQ) para CD-117. Resultados: Dos pacientes estudados, 44,8% eram homens e 55,2% mulheres. A idade média dos pacientes foi de 50 anos (desvio padrão = 15 anos). A avaliação do PASI apresentou uma uma mediana de 7.6 (IIC 5,35-15,05) e do BSA de 16% (IIC 10- 29,5). O DLQI apresentou um valor mínimo de 0 e máximo de 26, com mediana de 5 (IIC 2,5-12,5) . Em relação ao prurido, a EAV teve uma variação de 0 à 10, e mediana com valor de 6 (IIC 2-8), sendo que 93,1% dos pacientes apresentaram algum grau de prurido. Na quantificação de mastócitos nas biópsias de pele, obtivemos uma média de 11,32 mastócitos/campo na técnica de imunohistoquímica (desvio padrão= 4,47) e uma média de 6,72 mastócitos/campo para a coloração de Giemsa (desvio padrão= 2,57). Entretanto, não conseguimos estabelecer correlação entre a intensidade do prurido e a contagem de mastócitos, sendo encontrado um valor de p = 0,152 para a IHQ e de p = 0,116 para Giemsa. Após dividirmos os pacientes em psoríase leve/moderada (PASI≤10) e psoríase grave (PASI>10) também não foi observada correlação estatísticamente significativa com nenhuma das seguintes variáveis: quantificação de mastócitos, tempo de duração da doença, intensidade de prurido, uso de metotrexato, uso de corticóide tópico, tabagismo, presença de comorbidades (hipertensão, dislipidemia ou diabete) sexo e idade. A comparação entre os dois métodos de quantificação de mastócitos, através da técnica de Bland and Altman, mostrou que o IC entre eles está entre -1,49 e 10,83, sendo a técnica de imunohistoquímica considerada a mais sensível. Conclusão: Apesar de os mastócitos serem mediadores pruritogênicos em diversas doenças cutâneas, e ainda que já esteja bem documentado o aumento do número de mastócitos em lesões de psoríase, nossos resultados não foram capazes de estabelecer uma relação entre a quantificação dessas células com a intensidade do prurido referido pelos pacientes. Estes achados reforçam o conceito de que o prurido presente na psoríase possui uma fisiopatologia complexa e multifatorial, envolvendo outros mediadores pruritogênicos além dos mastócitos. |