Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Dorneles, Simone Bochi |
Orientador(a): |
Marques, Flávia Charão |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/109263
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Resumo: |
Esta tese propõe uma reflexão sobre a abordagem de coletivos de pesquisa em processos relacionados ao desenvolvimento rural. Os coletivos são entendidos como comunidades de pesquisa em que diversos atores sociais interagem na geração do conhecimento, que transpõem barreiras físicas, institucionais, metodológicas e epistemológicas. O objetivo central desse estudo foi analisar as relações que se estabelecem entre os atores no Projeto Fortalecimento da Vitivinicultura no Vale do Jaguari (PFV-VJ), identificando como podem contribuir para a estruturação de um Coletivo de Pesquisa para o desenvolvimento rural (CPDR). Para alcançá-los, os seguintes objetivos específicos foram perseguidos: a) Aprofundar aspectos teóricos sobre Coletivos de Pesquisa como uma contribuição aos estudos em Desenvolvimento Rural; b) Reconstruir a trajetória do projeto na perspectiva dos atores, analisando práticas e relações estabelecidas no âmbito do mesmo; c) Identificar os papéis dos participantes e sua inserção como atores sociais no contexto do projeto; d) Analisar as ações conjuntas dos atores, identificando se e como caracterizam um Coletivo de Pesquisa para o desenvolvimento rural no âmbito do projeto. A perspectiva orientada ao ator contribuiu para se chegar à compreensão das relações que se estabeleceram a partir do PFV-VJ, focando nos seus percalços, embates, dilemas, consensos e dissensos, especialmente, a partir das vivências que se estabeleceram entre os diversos mundos de vida dos atores envolvidos. Assim, ancorado pela perspectiva construcionista o método de investigação se inspirou na etnometodologia. Os ‘pesquisados’ foram os envolvidos no projeto: agricultores, professores, técnicos, estudantes, e um representante do SEBRAE. Foram entrevistados dois informantes chave da cooperativa, o presidente e o enólogo e cinco agricultores. Totalizando 22 entrevistas em profundidade. As técnicas de coleta de dados foram: a entrevista não estruturada, a observação participante e a pesquisa documental. A reconstituição do projeto possibilitou analisar como os atores sociais interagiam nas interfaces e, a partir dela se propôs o CPDR. A reconstituição do projeto indicou, que os pontos mais delicados passam por questões institucionais, quer seja por parte do poder político, das estruturas de apoio ao conhecimento ou nas iniciativas locais de desenvolvimento. Fato que pode ser observado nas organizações dos agricultores, que não conseguem implementar uma gestão mais participativa, nas instituições de ensino que também são burocratizadas e presas à ciência tradicional, como nas organizações de assessoramento e gestão. Entre os participantes do projeto há a perspectiva forte da ciência acabada, desenvolvida pelos experts e colocada à comunidade de forma massificada. Nesse sentido, a proposta do CPDR resgata três elementos da proposta básica do Coletivo de Pesquisa: o primeiro é que sai dos muros dos espaços da ciência tradicional e avança no sentido de incluir mais atores (não apenas em termos de adição, mas no sentido da interação que se processa entre eles, que passa de uma atuação individual para uma ação articulada) e conquistar novos territórios, como, por exemplo, as cooperativas, associações ou as propriedades dos agricultores; o segundo, que valoriza o conhecimento tácito dos atores sociais, que ganha relevância nos espaços de construção coletiva favorecido pelas trocas significativas; e o terceiro, que estimula as trocas de informações e cria condições para que os resultados das pesquisas e atividades práticas sejam divulgados por meio das comunidades epistêmicas. |