Aquisição alimentar na Geografia da obesidade brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Alves, Camila Elisa dos Santos
Orientador(a): Dewes, Homero
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/248509
Resumo: Ahumanidade está enfrentando desafios ligados à segurança alimentar, com preocupantes desequilíbrios nutricionais como sobrepeso e obesidade. Possíveis explicações para esses desequilíbrios incluem acesso facilitado aos alimentos, hábitos alimentares das populações, padrões comportamentais e mudanças ocorridas no agronegócio. Evidências acumuladas apontam para um crescimento mundial nos níveis de sobrepeso e obesidade, assim como para diferenças geográficas na distribuição dessa pandemia. Analisar qualquer fenômeno, levando em conta a interdependência geográfica, é de grande interesse teórico e empírico. O objetivo desta tese foi examinar determinantes da geografia da obesidade brasileira. Partimos do pressuposto que existem diferentes fatores que determinam a distribuição espacial do excesso de peso. Fatores empiricamente relevantes, com âncora nos padrões de aquisição alimentar, foram comparados e contrastados com observações prévias e considerados em múltiplas escalas. Para tanto, utilizou-se dados disponibilizados por órgão oficial brasileiro. Para analisá-los foram empregadas técnicas de estatística. Os resultados indicaram elevados níveis de sobrepeso em todos os estados (>44%), especialmente na metade sul do país (>54%), além de diferenças nos estilos de aquisição de alimentos. Além disso, identificamos que os estados com dietas semelhantes têm níveis populacionais semelhantes de sobrepeso e obesidade, demonstrando uma possível relação entre os modelos de oferta e as manifestações de insegurança alimentar. Quando aprofundada a análise das dietas, verificamos regularidades na relação entre a existência de concentrações elevadas de aquisição de determinados alimentos, p.ex. refrigerantes açucarados e batata, nos estados com maior concentração de níveis de obesidade ou excesso de peso. No entanto, é importante que sejam realizadas mais pesquisas com o intuito de entender o funcionamento das dietas alimentares presentes nos locais com alta incidência de peso. A ocorrência de singularidades regionais sugere que o modelo de suprimento alimentar constitui apenas uma das múltiplas variáveis que concorrem para a diversidade na distribuição regional brasileira da obesidade e sobrepeso. Nós constatamos que fatores sociogeográficos influenciam o desalinhamento nutricional no Brasil. Nossos resultados mostram que o sobrepeso e a obesidade têm maior ocorrência na meia-idade, além de estarem mais presentes no sexo feminino. Além disso, mulheres com menor escolaridade e menor renda apresentam níveis mais elevados de sobrepeso e obesidade. Nos homens, a obesidade é mais frequente naqueles com maior escolaridade e maior renda. Em suma, uma complexa imagem da geografia da obesidade brasileira é revelada. O sobrepeso e a obesidade não podem ser vistos apenas como um problema individual, uma vez que nem todos têm acesso a um estilo de vida saudável e comida de qualidade.