Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Hofmann Junior, Arno Ernesto |
Orientador(a): |
Limberger, Renata Pereira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/181428
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Resumo: |
O gênero Erythroxylum P. Browne pertence a família Erythroxylaceae Kunth e é principalmente conhecido devido as espécies E. coca e E. novogranatense, as “plantas da coca”. O gênero é a única fonte natural da cocaína e de outros alcaloides com núcleo ecgonina, principais responsáveis pelos efeitos tóxicos e biológicos originados pelo consumo de suas espécies. A presença da cocaína é amplamente aceita para as plantas de coca, porém a sua biossíntese por outras espécies apresenta divergência, o que pode estar relacionada ao período de coleta. Além destas particularidades fitoquímicas, as espécies do gênero também apresentam importantes atividades como antioxidante e antimicrobiana, além de toxicidade a humanos e a ovinos. O Brasil é o centro da diversidade e do endemismo do gênero e no sul do país, nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, as carcaterísticas fitoquímicas e potencialidades tóxicas e farmacológicas das espécies apresentam um campo aberto para estudos. Desta forma, foram avaliadas características fitoquímicas e potencialidades tóxicas e farmacológicas de espécies nativas dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, coletadas em dois períodos climáticos distintos, verão e inverno, além de revisão bibliográfica sobre as espécies produtoras de cocaína e as implicações segundo a legislação brasileira vigente. Foram utilizadas metodologia de planária, disco-difusão em ágar, microdiluição em caldo, medida da extinção da absorção do cátion 2,2-difenil-1-picrilhidrazil e procedimentos preconizados pelas Nações Unidas para a investigação fitoquímica de espécies produtoras de cocaína. Foi verificado que 24 espécies apresentam o aparato enzimático para a produção da cocaína. Embora E. novogranatense origina rendimentos apropriados ao tráfico, segundo a legislação Brasileira vigente, apenas E. coca encontra-se proscrita, o que torna necessário a inclusão de E. novogranatense na lista de plantas proscritas. Para o estudo toxicológico desenvolvido com E. deciduum sobre modelo de planária, foi necessário adaptar a metodologia existente. O extrato da espécie ocasionou aumento significativo da velocidade de locomoção (p= 0.016) e comportamentos estereotipados padronizados de posição tipo C e hipercinesia tipo parafuso, eventos característicos da neurotransmissão dopaminérgica em planárias. Os resultados, além de ampliar as possibilidades do uso destes vermes na busca por extratos ativos, demonstram que E. deciduum biossintetiza metabólitos ativos sobre este neurotransmissor, os quais podem estar relacionados com os efeitos ocasionados pelo consumo da espécie vegetal. A influência do período de coleta sobre as potencialidades farmacológicas e as características fitoquímicas foi investigada e os resultados demonstram esta infuência. Diferentes extratos de E. argentinum e E. deciduum, coletadas durante o verão, apresentaram atividade antimicrobiana superiores a verificada para os extratos obtidos de coletas realizadas no inverno. O extrato etanólico de E. argentinum, coleta verão, pode ser considerado um verdadeiro antimicrobiano, MIC= 0,78mg/ mL, e desta forma torna-se uma fonte promissora para a descoberta de novas moléculas antimicrobianas. Os extratos das espécies E. argentinum e E. deciduum demonstram pertinentes resultados sobre a atividade antioxidante. A influência do período de coleta, verão/ inverno, sobre a atividade foi identificada. A influência do período de coleta sobre as atividades tóxico-farmacológicas é corroborada pelo perfil alcaloídico obtido de noves espécies do gênero, coletadas durante o verão e o inverno, nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. O perfil alcaloídico das espécies E. amplifolium, E. argentinum, E. cuneifolium, E. cuspidifolium, E. deciduum, E. microphyllum, E. myrsinites, E. pelleterianum e E. vacciniifolium demonstra a presença dos alcaloides: éster de metecgonidina, éster de metilecgonina, cuscohigrina e tropacocaína e dos intermediários da biossíntese: higrina, tropinona e tropanol. A identificação dos metabólitos éster de metilecgonina e éster de metilecgonidina também demonstra que as espécies do gênero Erythroxylum presentes no Sul do Brasil apresentam potencialidade econômicas, pois podem ser empregadas na produção de padrões toxicológicos. Os objetivos propostos foram cumpridos e permitem concluir que espécies do gênero Erythroxylum dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, Sul do Brasil, demonstram importância tóxica, farmacológica e química, sendo parte destas influenciada pelo período de coleta, verão/ inverno. |