Entre uma língua e outra, entre o materno e o estranho : lugar de interferência, historicidades, reverberações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Aiub, Giovani Forgiarini
Orientador(a): Indursky, Freda
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/28003
Resumo: A presente dissertação analisa a produção escrita de aprendizes de língua inglesa como língua estrangeira em fase inicial de aprendizagem com o objetivo de averiguar como se dá este fenômeno. Além disso, esta pesquisa analisa um processo pelo qual todo sujeito passa ao vivenciar uma língua outra: o processo de reconfiguração subjetiva. Para tanto, este estudo inicia com uma reflexão sobre as diferentes metodologias de ensino de línguas estrangeiras e chega à Linguística Aplicada (LA) como uma teoria hegemônica neste campo. Contudo, este estudo se afasta desta área do saber por entender que as concepções de língua homogênea e de sujeito controlador do dizer nela inscritas não podem abarcar a complexidade característica do processo de escrita em língua estrangeira. Assim sendo, este trabalho se alicerça na teoria da Análise do Discurso de linha pecheuxtiana (AD) para investigar como que as historicidades das línguas em jogo entram em conflito fazendo com que o sujeito-aprendiz produza uma escrita que se pode chamar estranha. As análises apontam a presença da materna língua portuguesa na escrita da estrangeira língua inglesa, de tal modo que há um imbricamento entre essas línguas. Para a LA, a interferência da língua materna na escrita em língua estrangeira é vista sob uma ótica estritamente linguística e é examinada a partir de uma língua sistêmica, levando em conta apenas estruturas morfológicas e sintáticas. Portanto, quando este tipo de interferência ocorre, é considerado como um erro do aprendiz. Já as interferências de cunho semântico, não estudadas pela LA, foram designadas, nesta dissertação, como reverberação. Desse modo, enquanto que a interferência é da ordem do erro para a LA, a reverberação é da ordem do equívoco para a AD. Além do mais, esta pesquisa aponta que o contato com uma língua estrangeira pode causar diversos estranhamentos no sujeito em processo de aprendizagem de uma língua estrangeira, fazendo com que seja desestabilizado seu mundo logicamente organizado pela língua materna, dando ao aprendiz a possibilidade de novas formas de dizer.