Políticas de leitura em psicanálise : enlaces entre epistemologia, ética e clínica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Thiago Pereira da
Orientador(a): Moschen, Simone Zanon
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/219357
Resumo: Esta pesquisa é posta em movimento pela identificação de certas “linhas de empuxo” na argumentação psicanalítica, presentes em diferentes níveis e contextos de discussão, especialmente no que tange aos usos de conceitos como real, gozo e corpo no campo lacaniano. Identificamos em alguns desses usos a vigência de uma lógica substancialista, e a tomamos como possível obstáculo para o trabalho em psicanálise, apoiados em uma leitura de Lacan e de um conjunto de autores lacanianos, onde encontramos um programa radicalmente anti-substancialista. Entendemos esse movimento de substancialização como correlato a processos de naturalização de nossas categorias conceituais, de nossas operações de leitura e de nossas políticas de intervenção – o que dará espaço a uma série de efeitos que procuramos aqui analisar a partir tanto de produções da literatura psicanalítica quanto de cenas que recolhemos de nossa experiência. Tomamos como orientador de nosso percurso o tensionamento do substancialismo como política de leitura, articulado a algumas de suas consequências. Nesse movimento, abrimos espaço para um questionamento sobre as relações entre teoria e experiência, sobre os efeitos performativos de marcos teóricos, sobre a composição de nossas inteligibilidades clínicas, e sobre a articulação inextricável entre epistemologia, ética e clínica no campo psicanalítico. Lançamos a hipótese de que essa articulação se dá a partir de um modelo borromeano. Por fim, como efeitos de uma matriz substancialista, apontamos, entre outros, para processos de produção de álibis, de manutenção e resguardo de direções de trabalho, de culpabilização subjetiva e de habilitação de intervenções pautadas por ideais normativos.